A hipertensão é um “fantasma” que também faz parte do cotidiano dos cuiabanos. E o índice é elevado: 37,6% dos entrevistados afirmaram que pelo menos uma pessoa em suas casas têm hipertensão. A doença, que atinge em torno de 45 milhões de brasileiro, ataca principalmente as classes D e E. De acordo com a pesquisa, 51,3% das famílias inseridas nessa classe tem hipertensos. Em seguida vêm as classes A e B (38,6%) e a classe C (26,8%). Os números – relativamente alarmantes – integram a pesquisa “Nossa Casa” do Instituto Vetor, realizada a cada dois anos em Cuiabá. O instituto investigou desta vez os hábitos alimentares dos cuiabanos.
Dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) mostra que o excesso de peso é o principal vilão da hipertensão, sendo que 30% dos casos da doença estão ligados à obesidade. E, em Cuiabá, o resultado encontrado pela pesquisa do Vetor mostra que apesar de 48,6% dos cuiabanos acreditarem que estão dentro do peso ideal, 47,8% dos entrevistados estão com as medidas acima do normal para sua altura. Foram identificados 36% de pessoas com sobrepeso, 10,4% com obesidade e 1,4% com obesidade mórbida.
Para chegar a esses números, foi adotada como parâmetro o Índice de Massa Corpórea (IMC), que consiste na divisão do peso do indivíduo, em kilogramas, por sua altura, em metros, elevada ao quadrado. Para o cálculo do IMC a pesquisa perguntou o peso do entrevistado e mediu a altura com fita métrica. A análise do IMC por classe social mostra que 17,5% de entrevistados das classes D e E estão abaixo do peso ideal – o que sugere um quadro de desnutrição ou de dificuldades de se manter uma alimentação adequada. Em contrapartida, na análise do grupo que está com o peso normal, destacam-se as classes A e B: 46,5% desse segmento apresentaram IMC equilibrado.
As pessoas do sexo masculino apresentam mais problemas com o peso do que as mulheres. A pesquisa identificou que, entre os homens, 51,8% estão acima do peso. Já entre as mulheres, esse percentual é de 44,9%. O maior desvio de percepção sobre o próprio corpo ocorreu entre a parcela que está abaixo do peso: 50% desse grupo afirmaram estar com peso normal.
O levantamento estudou ainda os hábitos alimentares. A casa é o local habitual da refeição do meio-dia para 80,4% dos chefes de família ouvidos. Em seguida, vem o trabalho, com 16,6%. Dos chefes de família ouvidos, 44,4% são os responsáveis pelo preparo do almoço. Em seguida, aparece o cônjuge no segundo lugar (22,4%). A refeição mais importante para o cuiabano é o almoço: 95,4% dos entrevistados afirmaram que sempre almoçam. Em seguida, empatam o café da manhã (65,2%) e o jantar (64,4%). A refeição com menor freqüência é o lanche no meio da manhã, com apenas 10,6%.
O café é o alimento mais consumido pelos cuiabanos: 82,3%. Em seguida aparecem o pão, com 79,2%, e manteiga, com 75,6%. Fibras e cereais, considerados importantes na alimentação matinal, aparecem na mesa de apenas 33,5% dos cuiabanos. Os ovos são parte da primeira refeição para 24,7%. A fruta é a melhor opção para o lanche matutino – aquele entre o café da manhã e o almoço. Em seguida, vêm pão (19,4%) e bolacha (10,3%).
O prato mais consumido durante o almoço é dupla arroz com feijão com 99,4% de citação. Em seguida, aparecem no ranking carne vermelha (81,2%), verduras (77%) e legumes (73,3%). Entre os alimentos com alto teor de calorias, o refrigerante (44,6%) e as massas (33,4%) são os campeões na preferência dos chefes de família cuiabanos.