“Não vou carregar nas minhas costas o que não devo. Tenho a hombridade de reconhecer os meus erros e ser o primeiro a renunciar se for a vontade popular”, declarou o vice-prefeito afastado Sebastião Gonçalves, o Tião da Zaeli (PR). O republicano classificou a gestão de Murilo Domingos de “caótica” e ainda que implicitamente, anunciou que vai recorrer da decisão do afastamento na Justiça. “Desde o início sempre preguei mudanças na gestão, mas houve contrariedade de quem realmente detinha o comando. O Murilo Domingos instaurou o caos social, o que gerou uma reação muito forte dos segmentos sociais”.
Zaeli esteve ontem em conversa com os vereadores solicitando a ata da sessão que aprovou seu afastamento e de Murilo Domingos por 180 dias para fornecê-la aos seus advogados para oferecimento de recurso no Judiciário. No entanto, o documento foi aprovado ontem no início da noite pelos parlamentares. Às pressas para evitar declarações à imprensa, declarou rapidamente para A Gazeta que agiu na contramão da administração Murilo Domingos. “Enquanto secretário de educação avançamos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e na pasta de infraestrutura lutei internamente em busca de recursos para melhoria dos bairros. Mas, agi sem o apoio de Murilo Domingos que não tinha proposta para acabar com problemas sociais”.
Ontem, o prefeito Murilo Domingos divulgou uma nota de esclarecimento no site do município, alegando que a decisão foi arbitrária e que feriu seu direito de defesa e vai recorrer na Justiça em busca de reparação. O advogado Paulo Taques informou que ingressa hoje com mandado de segurança no Fórum de Várzea Grande argumentando que o afastamento preventivo do prefeito e vice-prefeito decretado pelo Legislativo é ilegal e fere a garantia constitucional de ampla defesa e contraditório no andamento processual.