“Quem não deve não teme. Estou tranqüilo”. Com esta frase, o prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB) sintetizou como está vendo a manobra do Governo do Estado e da Assembléia Legislativa de não permitir que o deputado estadual Percival Muniz (PPS) assuma a presidência da CPI da Saúde, que vai investigar problemas de gestão na Prefeitura de Cuiabá.
Ao participar do programa “Cidade Independente” do radialista Edivaldo Ribeiro, na Rádio Cidade, o prefeito cuiabano disse não estar preocupado com quem vai presidir a CPI, embora defenda que Percival Muniz seja mantido no cargo. “Foi ele quem apresentou o requerimento solicitando a CPI. O regimento interno da Assembléia Legislativa determina que quem apresenta a CPI a presida. Portanto, sou a favor do regimento e não concordo com a manobra que o Governo do Estado e a Assembléia Legislativa vem fazendo para tirar o parlamentar do posto”, disse.
Perguntado se não se sentia responsável, como alega o governo do Estado por esta situação, uma vez que esta semana esteve no gabinete de Percival Muniz, em longa conversa, o prefeito garantiu que não. “Estive sim com o Percival. Fui com o meu secretário de Saúde, Luiz Soares e com o vice, Chico Galindo. Nos reunimos a portas abertas, com a presença de toda a imprensa. Em nenhum momento quis constranger o parlamentar. Fui lá hipotecar apoio. Dizer que sou favorável a CPI, mas que esta não investigue apenas a Prefeitura, mas o Estado também”, completou.
“Trato a Câmara Municipal com total isonomia. Já fizeram duas CPI da minha gestão, a do lixo e do Transportes Público, concluíram que estamos certo em nossos atos. Quando fiz visita a Percival, a imprensa inteira ficou assustada, falando como iríamos lá. De nossa parte não tem problemas, não devo não temo. Prefeitura fala uma coisa, estado fala outra. Vamos ver agora. Espero que seja neutro, imparcial e que tudo que averiguar nos municípios averigúe no Estado. Tem todos os poderes de cobrar. Estamos tranqüilos”.
Wilson Santos confirmou que o Estado repassa mensalmente R$ 2,6 milhões como ajuda para o custeio ao atendimento às pessoas que chegam de outros municípios. Entretanto, fez questão de ressaltar que este valor não passa dos 8% em relação ao que Cuiabá gasta com o setor de Saúde. “É verdade. Governo repassa mensalmente, R$ 2,6 milhões. Representa R$ 31 milhões ano. Mas quanto custa a saúde pública em Cuiabá? Custará este ano R$ 270 milhões. Estado não fala qual o percentual que repassa. São só 8%. Quem mais no ajuda é a União, que repassa 50%. Nós gastamos 42%. O que o Estado repassa é muito pouco”, respondeu.