O senador Wellington Fagundes (PR) que é vice-líder do Governo no Senado abandonou a presidente Dilma, a quem muito defendia, e votou, hoje, na comissão especial, favorável a admissibilidade do pedido de impeachment dela. Ele ajudou o governo a ter ampla derrota: 15 a 5.
Wellington era aliado de primeira hora do governo e do PT ( em Mato Grosso fez campanhas e pediu votos para Lula e Dilma e também aproveitou para colar políticamente em ambos quando desfrutavam de boa popularidade). Quando o líder de Dilma Delcídio do Amaral, foi preso, o mato-grossense chegou a ser cotado para assumir a liderança. Depois, quando Lula foi à residência do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) para articular movimento para barrar o impeachment, Wellington estava no grupo dos senadores que foi prestigiar o ex-presidente que não virou ministro da Casa Civil e não teve força política para conseguir apoio parlamentar e barrar o afastamento de Dilma.
O posicionamento de Wellington começou mudar após a Câmara dos Deputados aprovar o impeachment. Ele passou a emitir sinais que estava se "descolando" do governo. Em Mato Grosso, seu nome e foto estavam em outdoors com cobranças dos movimentos sociais questionando sua postura diante do processo de afastamento. O senador chegou a acionar a justiça para ter seu nome retirado dos painéis. A justiça não lhe atendeu. Antes, em dezembro, foi vaiado durante os protestos em Mato Grosso por sua postura pró-Dilma
Temendo mais desgastes políticos e de olho nas eleições de outubro, e em 2018, Wellington manifestou-se, no final de abril, se que votaria pela admissibilidade. E hoje confirmou seu voto contra sua aliada. O próximo voto, assim como dos demais 80 senadores, será no plenário do Senado.
O senador mato-grossense Jose Medeiros (PSD) também integrante da comissão especial manteve postura de adversário do governo, desde quando assumiu o mandato. Ele votou favorável a admissibilidade de Dilma.
(fotos: assessoria e José Cruz/ABR/arquivo)