Os governadores de Mato Grosso, Pedro Taques, e de Rondônia, Confúcio Moura, estiveram reunidos e conversaram sobre a criação de um grupo de trabalho entre os dois estados que devem ser beneficiados com a construção da Ferrovia Transoceânica. A ideia é a superação de dificuldades e assimetria na legislação dos estados envolvidos afim de facilitar a construção do empreendimento.
A proposta foi aceita por Taques e a primeira reunião do grupo de trabalho deve acontecer, no próximo mês, em Mato Grosso. Taques afirmou que o grupo será técnico e deve apresentar soluções. “Nós acatamos a ideia para não deixar esse assunto morrer. É uma consequência daquele protocolo de intenções que assinamos em Ji-Paraná”.
O governador de Mato Grosso afirmou que abordará o tema na reunião com os governadores da Amazônia Legal, prevista para acontecer na segunda quinzena de julho em Manaus, no Amazonas. A ideia, segundo ele, é que além de meio ambiente, os governadores também possam tratar de desenvolvimento e logística.
O mato-grossense destaca que o momento de fazer essas discussões é agora tendo em vista os estudos de viabilidade que estão em andamento. “O que nós queremos é mostrar para a União que Mato Grosso, Rondônia e os outros estados estão prontos para ajudar o Brasil”.
Moura contou que está procurando os governadores de todos os estados que serão, de alguma forma, beneficiados com a implantação da ferrovia. “Um projeto desse é lançado em Brasília com muita pompa, muita mídia, mas muitos deles não acontecem na prática, ficam no discurso. Enquanto isso, os governadores ficam esperando isso vir de cima pra baixo. A minha proposta é que as decisões saiam também de baixo”.
Segundo ele, é preciso que os estados façam a sua parte, principalmente em questões burocráticas e haja a definição de políticas comuns dos estados interessados. Para ele, é preciso dar agilidade em questões de licenças ambientais e desapropriações. Propõe ainda a unificação das leis ambientais.
Confúcio Moura destacou a importância da união entre os três poderes e das entidades do agronegócio para a concretização dessas ações. O rondoniense avalia que os estados do Centro-Oeste e do Norte ajudam muito o país e precisam ser recompensados por conta do grande número de produção.
A ferrovia foi incluída no Programa de Investimento em Logística (PIL) do Governo Federal. Dos 86,4 bilhões para investimentos em ferrovias, a transoceânica deve consumir R$ 40 bi. São cerca de 3,5 mil quilômetros em seu total. A rota é considerada estratégica para o escoamento da produção, via Pacífico, para os mercados asiáticos.