O grupo de senadores brasileiros foi atacado, hoje, por moradores locais em Caracas, capital da Venezuela, esta tarde. A comitiva é composta pelos senadores Aécio Neves (PSDB), Aloysio Nunes (PSDB), Cássio Cunha Lima (PSDB), Ronaldo Caiado (DEM), Agripino Maia (DEM), o mato-grossense José Medeiros (PPS) e Sérgio Petecão (PSD). Eles retornaram a Brasília.
De acordo com a assessoria de Aécio, a van onde estavam chegou a ser atacada e ficou sitiada em uma via pública. Já o Estadão afirma que os manifestantes aproveitaram o trânsito engarrafado para cercar o veículo e proferiam gritos de guerra como "Chávez não morreu se multiplicou" e "Fora, fora", aos senadores.
O grupo está no país vizinho na tentativa de visitar Leopoldo Lopez, um dos presos políticos que está há vários dias realizando greve de fome. Por meio de sua conta oficial no Twiter, Aécio disse que está na Venezuela para defender a democracia e até agora o governo tem demonstrado pouco apreço por ela. Ele também disse que conversou com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), para relatar o caso. Segundo ele, o presidente do Senado brasileiro afirmou que fará um protesto formal sobre o episódio.
O mato-grossense Jose Medeiros (PPS), que fez sua primeira oficial ao exterior representando o Senado, disse que os senadores ficaram "presos. Sequer tivemos apoio da embaixada brasileira, Um total desrespeito, não conosco senadores, mas com o Brasil. O governo venezuelano simplesmente parou o trânsito de toda uma cidade, prejudicando a população para que a delegação brasileira não pudesse cumprir sua missão democrática e diplomática", atacou. "O Senado vai convocar o embaixador brasileiro para dar explicações de toda essa situação de abandono a nós, senadores, e de cumplicidade com o governo da Venezuela", acrescentou.
O tucano Cassio Cunha Lima (PSDB-PB) disse que a comitiva está bem. "Mas não conseguimos avançar mais do que 2 km da aeroporto. As estradas todas bloqueadas. Nossa van foi cercada por militantes da ditadura e nos hostilizaram. Clima tenso. Porém estamos em segurança. O embaixador do Brasil 'fugiu'. Nos deixou na mão", disse o senador Cassio, em sua página em rede social.
Ele informou que os senadores receberam convite para a visita "das famílias de Leopoldo Lopez, líder da oposição venezuelana, preso há mais de um ano, e de Antonio Ledezma, prefeito de Caracas, detido em fevereiro deste ano em pleno exercício do cargo".
Aécio disse, por meio de seu Twitter, que a comitiva até tentou ir novamente para a penitenciária venezuelana, porém, o trânsito se encontra bloqueado e impossível de passar. Devido a isso, a comitiva brasileira retornará ao país dentro a qualquer momento.
(Atualizada às 19h07 – foto: reprodução/Twitter)
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