Apesar de não estar arrolada entre as áreas prioritá- rias do Governo Pedro Taques (PDT), a infraestrutura acabou se tornando um dos grandes focos de sua gestão. Logo nos primeiros dias de sua administração, o governador enfrentou o embate com os prefeitos que tinha como pano de fundo o repasse de parte dos recursos do Fethab para as gestões municipais e, em seguida, a paralisação dos caminhoneiros que atingiu todo o país, deixou ainda mais clara as fragilidades do Estado no setor. Dois dos principais projetos de infraestrutura de transportes do governo federal para Mato Grosso, a duplicação da BR-163 e a Ferrovia de Integração Centro Oeste (Fico), pouco ou nada avançaram. “Disseram que o trem apitaria em Lucas do Rio Verde em 2013, ou as pessoas estão surdas, ou não estão cumprindo as promessas”, observou o vice-governador Carlos Fávaro (PP).
Ele defende que uma integração entre os modais seria fundamental para o crescimento do estado, que poderia triplicar sua capacidade de produção sem desmatar um hectare. Mesmo sem as condições necessárias, o vice-governador aponta que Mato Grosso é o estado que mais contribui para o superavit da balança comercial brasileira, lembrando que nos últimos 13 anos, sua arrecadação em exportações cresceu 87%. Enquanto o Estado tenta manter o ritmo de crescimento, investindo, num projeto hidroviário, Fávaro aponta que o governo federal pouco tem contribuído. Além de não repassar os recursos do FEX, o aumento das taxas de juros tem afugentado investidores num cenário em que a Parceria Público-Privada (PPP) se mostra como principal solução. “O governo federal vai na contramão disso, onerando investimentos, folha de pagamento. Quer dizer, o governo está completamente perdido, ao invés de desonerar, investir em infraestrutura, fazer com que a economia se aque- ça, está restringindo investimento, penalizando empresas com aumento de carga tributária e não fez o seu papel que deveria no corte administrativo, não vi o governo federal cortar um ministério sequer, não deu o exemplo, não cortou um cargo público”, avaliou.
Para ele, a integração de modais é perfeitamente possível, uma vez que a iniciativa privada tem demonstrado interesse nas parcerias. Na questão das rodovias estaduais, o Governo já iniciou as conversas com algumas empresas interessadas. Segundo o vice-governador, apesar da cobrança de pedágio que uma PPP acarreta, um estudo realizado pelo Imea aponta que nos nove trechos concessionados da BR-163, a estimativa é de redução de até 14% no custo do frete. “O pior pedágio é a falta de infraestrutura logística”, ressaltou. Ainda, de acordo com ele, o Estado já vem trabalhando fortemente na implementação de sua primeira hidrovia, no Porto de Santo Antonio das Lendas, no Rio Paraguai.
Com a determinação de que ela saia do papel o mais rápido possível, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico atua na captação de investidores para a implementação de um porto de transbordo, enquanto a bancada federal trabalha na liberação de recursos para a conclusão dos 70km da BR-174 até a beira do rio. Trata-se de uma obra do governo federal que já possui nove trechos licitados.