O candidato a vice-governador na chapa de Pedro Taques (PDT), Carlos Fávaro (PP), participou de reunião, ontem, com acampados que aguardam para serem assentados na gleba Marzagão, na região de Várzea Grande. Foram ouvidas as demandas e apresentados os compromissos com a agricultura familiar caso sejam eleitos. “Vim de um município que a base é um assentamento de reforma agrária e não aceito que a agricultura familiar seja abandonada, como acontece hoje com o atual governo”.
O vice disse ainda que essa situação de descaso com os pequenos vai mudar. "Não admito que a agricultura familiar, setor de minha origem, seja tratada como um estorvo. Isso vai acabar no governo Pedro Taques. Não pode haver duas agriculturas, uma que dá certo e uma que não. As duas precisam andar juntas para trazer o desenvolvimento para o nosso estado".
Há dois anos e meio vivendo como acampados, a presidente da Associação Recanto da Serra, Cleuza Aparecida de Oliveira, explica que está cansada de burocracias por parte do governo atual. "Incra, Terra Legal, União nada funciona. E além de tudo, o governo de Mato Grosso ao invés de usar helicópteros e policiamento para prender os bandidos, ele usa para tirar trabalhadores que estão lutando por um pedaço de terra para sustentar suas famílias".
Durante a reunião o candidato a vice-governador disse também que é intolerável que alguns políticos, em época de eleição, apresentem como proposta uma política pública para o pequeno que é assistencialista no trato e medíocre na visão de estado, limitando-se a sugerir que o produto da pequena propriedade seja apenas destinado à merenda escolar. "Isso é querer dar esmola a agricultura familiar. Tem que ser muito mais que isso. Como se nós cidadãos não fossemos à feira e ao supermercado comprar nossos alimentos. A pequena propriedade é importante para colocar alimento nas nossas mesas".
Para Fávaro, é inaceitável que um estado tão rico, que lidera na produção de grãos, que gera emprego e oportunidades ainda importe R$ 900 mil por ano em hortifrugranjeiros, quando o estado tem vocação para produzir. Lamenta que mais de 160 famílias mato-grossenses que ainda não têm título das terras estão hoje impossibilitadas do acesso ao crédito.