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Vice de Alckmin diz que Lula não trabalha, só viaja e bebe

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Nesta quinta-feira dedicada à celebração do corpo de Cristo, a dobradinha Geraldo Alckmin (PSDB)-José Jorge (PFL) dedicou-se crucificar Lula. Pregaram na candidatura do adversário adjetivos pouco condizentes com o dia santo.

Deu-se em Brasília, durante a convenção em que o PFL lançou para o governo local a chapa puro-sangue composta pelo deputado José Roberto Arruda (governador) e pelo senador Paulo Octávio (vice-governador). Discursando para uma platéia estimada em 30 mil pessoas, José Jorge (PFL-PE) disse que Lula é preguiçoso e bebe muito.
“Hoje temos um presidente que não trabalha, só viaja e bebe muito, como dizem por aí. Para ser presidente é preciso ser honesto, ser competente. Precisamos do governo da verdade e não da mentira”, afirmou o vice do candidato tucano.

Geraldo Alckmin manteve o tom. “Vamos tratar de trabalhar e acabar com a roubalheira”, discursou, com a voz alterada. Aproveitando-se da presença de Ana Cristina Kubitschek, neta do ex-presidente Kubitschek e mulher de Paulo Octávio, Alckmin disse que, se chegar ao Planalto, “o Brasil voltará a reviver o sonho do Juscelino: trabalho, emprego, desenvolvimento”.
Depois da convenção, retomando o timbre ameno, Alckmin disse, em entrevista, que vai privilegiar durante a campanha as propostas em detrimento dos ataques pessoais. “O tom da campanha é projeto, é trabalho”, disse ele. A tônica propositiva do tucanato é mesmo perceptível.

No último domingo, em Belo Horizonte, ao discursar na convenção nacional do PSDB, Alckmin insinuou que Lula é ladrão. Agora diz que vai acabar com a “roubalheira”. Seu vice afirma que Lula “bebe muito”. Haja proposta!

Só há um problema: Lula foi à cruz no ano passado, depois que Roberto Jefferson (PTB-RJ) revelou que o milagre da maioria congressual estava escorado no pecado do mensalão. A despeito dos ataques, a maioria do eleitorado vê Lula como um Cristo, não como um Lázaro. Tudo indica que a reiteração dos ataques não é a melhor tática para evitar o fenômeno da ressurreição do mandato.

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