Depois de várias sessões com trocas de pesadas denúncias, acusações e insultos entre a presidente Marli Ventura (sem partido) e o vereador Carlos Girotto (PPS), a Câmara de Lucas do Rio Verde teve, nesta segunda-feira à noite, uma sessão tensa, marcada por um acordão político entre os dois, que viviam se degladiando, e buscam agora salvar seus mandatos. Girotto foi à tribuna, depois de fazer duas representações contra Marli Ventura, no conselho de ética da câmara -pedindo sua cassação por suposta quebra de decoro parlamentar e por suposto ato de improbidade administrativa na compra de um computador, na cidade de Itanhangá- e pediu desculpas. Disse que se reuniu com a presidente, viu documentos e que estava tudo certo e se retratou. Resolveu ‘esquecer” a acusação de Marli, feita na presença de outros vereadores, que ele “falsificou” assinatura em um projeto.
Marli também falou e disse que ambos se entenderam depois de terem uma conversa. A presidente, com uma misericórdia exemplar, também perdoou Girotto que lhe fez pesadíssimas acusações, chegou a ir ao Ministério Público alegando que não tinha acessos a documentos contábeis da câmara e, na última sessão, chegou a atacar a honra da presidente. Aliás, foi baseado nestes ataques que Marli acionou Girotto na comissão de ética com o mesmo argumento quebra de decoro parlamentar, que pode dar cassação.
Na prática, um tenta retirar a representação contra o outro para evitar que os dois sejam cassados. Mas nem todos os vereadores engoliram o acordão.
O presidente da comissão de ética, Elder Biazus, foi na tribuna e disse que os casos têm que serem apurados pelo Ministério Público até as últimas consequências. “Não sou contrário as investigações. Elas devem continuar”, disse o presidente. Ele também apontou que há pessoas (políticos e assessores) manobrando, nos bastidores, para travar o andamento dos trabalhos da comissão. “Tem vereador com a língua maior que minha gravata”, disparou. Em outras palavras, o presidente da comissão, em seu pronunciamento, deixou claro que, se depender dele, o caso não termina em pizza.
O vereador Jiloir Pelicioli (Mano), membro da comissão de ética, defendeu, em pronunciamento na tribuna, a continuidade das investigações na comissão das duas representações que Giroto e Marli fizeram um contra o outro. A mesma opinião foi manifestada pela vereadora Cleci Nunes (PSDB). Houve vereadores que pediram que a paz fosse restabelecida para evitar mais desgastes ao legislativo.
O vereador Demétrio Cesar, que integra a comissão de ética juntamente com Elder Biazus e Jiloir Pelicioli, não esteve na sessão, nem na reunião do conselho nesta segunda-feira à tarde.
Os pedidos de arquivamento das representações devem ter prioridade na comissão de ética. É possível que saia um parecer, na próxima semana, para ser encaminhado ao plenário que dará a palavra final se serão arquivados ou rejeitados. Pelas manifestações feitas, esta noite, na tribuna, por Biazus e Mano há um empate momentâneo. Restará o posicionamento de Demétrio Cesar.
A polêmica na Câmara de Lucas do Rio Verde deve ter desdobramentos nos próximos dias. O principal deve ser a opinião da sociedade, dos eleitores diante de todos os acontecimentos recentes no legislativo municipal.
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