A Câmara Municipal de Sorriso teve, ontem à noite, um novo embete entre as bancadas de situação e oposição que resultou na reprovação de dois projetos, da prefeitura, por 5 votos a 4. Foi derrubado o projeto criando a Procuradoria Geral do Município proporcionando maior estrutura para a área jurídica da prefeitura. O vereador Santinho Salerno (PSDB), um dos que votou contra, disse que considera uma incoerência do Executivo enviar esse projeto, no mesmo momento em que decreta um plano de contenção de despesas para reduzir 20% dos gastos públicos. Os votos contrários foram de Santinho (foto), Wanderley Paulo, Ari Laffin, Adevanir Pereira da Silva e Xuxu Dalmolin.
“Com esse projeto, estaria criando 8 cargos no valor de R$3,5, 4 cargos administrativos no valor de R$1,2 mil cada e mais o cargo de secretário no valor de R$5 mil. Ou seja, estaríamos autorizando a criação de 13 funcionários, com um gasto de R$37,8 por mês, que no final de um ano daria, com encargos de 13º e férias, R$529,2 por mês”, afirmou ele. Salerno ressaltou que no momento, Sorriso não comporta a procuradoria e o município deve investir em outras prioridades.
O vereador Chagas Abrantes, líder do prefeito na Câmara, disse que o projeto volta a ser discutido nos próximos dias e deverá retornar ao Legislativo. “Esse argumento que geraria mais despesas para o município não convence porque os funcionários concursados geram mais encargos que os contratados. E, quanto ao salário, os advogados da câmara hoje ganham mais do que os da prefeitura”, afirmou.
Quanto ao projeto que visava adquirir a área de acesso à rodoviária através de permuta com o IPTU da imobiliária a qual a área pertence, o vereador Santinho Salerno afirmou que votou contra por acreditar que a prefeitura deveria achar uma outra alternativa. “A prefeitura tem tantos terrenos. Por que não permuta por um deles? Na hora de prorrogar o IPTU para a população o prefeito não aceitou, agora então vai facilitar para essa imobiliária? Seriam R$119 mil a menos no IPTU deste ano e comprometeria também o do próximo ano”, ressaltou.
O vereador Chagas Abrantes (PPS) defendeu que se o proprietário resolver fechar o acesso à rodoviária, ele tem direito, de forma que não chegaria nem um ônibus até o terminal. “E, enquanto essa área não for do município, não é possível asfaltar o trecho de acesso. Não consigo entender porque esse projeto foi aprovado em duas votações e reprovado na última. Nós só estamos tentando corrigir um problema”, ressaltou Chagas.