Pauta que tem tomado conta dos legislativos de todo o país, inclusive da Câmara dos Deputados, o aumento salarial de parlamentares começa a ser discutido na próxima semana na Câmara de Cuiabá. O projeto, que não entrará em votação nos próximos dias, deverá ser apreciado em regime de urgência às vésperas do encerramento do ano legislativo.
Atualmente, os 19 vereadores por Cuiabá recebem salário mensal de R$ 9,288 mil. De acordo com a legislação, o reajuste pode aumentar o subsídio até o equivalente a 75% da remuneração mensal dos deputados estaduais. Na Assembleia Legislativa, os parlamentares recebem R$ 20,042 mil mensais. Caso o presidente da Câmara de Cuiabá, Júlio Pinheiro (PTB), opte pelo teto, o salário dos vereadores chegará a R$ 15,031 mil, ou seja, terá um acréscimo de 61,83% na remuneração, mas o impacto no orçamento do Legislativo Municipal será ainda maior.
A partir do ano que vem, a Câmara passa a contar com 25 vereadores, ao invés dos 19 atuais. A folha de pagamento dos parlamentares, que gira em torno de R$ 176,472 mil poderá alcançar a cifra de R$ 375,793 mil, mais que o dobro do gasto atual.
Neste ano, as despesas diretas com vereadores foram de aproximadamente R$ 14,1 milhões, ou seja, 58,75% do duodécimo da Câmara, de cerca de R$ 24 milhões. Na vizinha Várzea Grande, o aumento concedido pela câmara em setembro deste ano foi de 50% do subsídio do deputado estadual, passando de R$ 4,9 mil para R$ 10 mil. Isso porque o teto de 75% só é permitido aos municípios que tenham mais de 500 mil habitantes.
Em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, os vereadores aprovaram por unanimidade o aumento seguindo teto da Câmara. A remuneração é semelhante a de Cuiabá e a mudança gerou protestos da população.