Em sessão extraordinária, esta manhã, foi aprovado o reajuste de 25% nos salários dos vereadores, prefeito e vice-prefeito. A medida passa a valer a partir de 1º de janeiro. Pela Constituição Federal, o salário de um vereador deve corresponder a 75% dos vencimentos de um deputado estadual que atualmente recebe R$ 25,3 mil em Mato Grosso. O salário de um vereador passa de R$ 15,3 mil para R$ 18,9 mil. Cada vereador ainda tem direito a verba indenizatória mensal que corresponde a 60% do salário, saltando assim dos atuais R$ 9 mil para R$ 11,3 mil e mais uma verba indenizatória de R$ 17 mil para custear despesas de funcionários de gabinete contratados sem a necessidade de concurso público.
Assim, o custo mensal de cada vereador será de R$ 47,3 mil. Como são 25 parlamentares em Cuiabá as despesas serão de R$ 1,1 milhão. Anualmente, levando-se em consideração o pagamento do 13º salário, serão gastos R$ 15,3 milhões.
Em quatro anos, os parlamentares custarão R$ 61,5 milhões, o que corresponde a 60% dos gastos do município para construir o Pronto Socorro de Cuiabá, estimado em R$ 100 milhões pela gestão do prefeito Mauro Mendes (PSB).
O futuro prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), vai receber R$ 23 mil e não mais R$ 17 mil que é o salário do atual prefeito Mauro Mendes. O futuro vice-prefeito, Niuan Ribeiro (PTB), vai ter vencimento mensal de R$ 17,2 mil.
Votaram a favor do reajuste os vereadores: Chico 2000 (PR), Adevair Cabral (PSDB), Dilemário Alencar (PROS), Mário Nadaf (PV),Professor Néviton (PRB), Oseas Machado (PSC), Paulo Araújo (PSD), Renivaldo Nascimento (PSDB), Ricardo Saad (PSDB), Wilson Kero Kero (PSL) e Juca do Guaraná (PT do B).
Foram contrários à proposta apenas os vereadores Adilson da Levante, Onofre Júnior e Leonardo Oliveira, todos do PSB, Toninho de Souza e Domingos Sávio, ambos do PSD, Arilson da Silva e Alan Kardec, ambos do PT.
Com exceção de Toninho de Souza, os demais não foram reeleitos e estão fora da próxima legislatura. Estavam ausentes da votação os vereadores Faissal Kalil (PSB), Lueci Ramos (PSD) e Maurélio Ribeiro (PSDB).
O vereador Toninho de Souza justificou seu voto contrário alegando que a medida não pode ser aprovada em um momento de crise econômica. “A população pressiona o poder público a cortar na própria carne para evitar despesas excessivas. Não vejo como bom exemplo aumentar o próprio salário em um momento de fragilidade das finanças públicas”.
Por outro lado, o vereador Adevair Cabral (PSDB), saiu em defesa do reajuste e criticou aqueles que se opõem ao aumento. “Nós vereadores somos os mais sacrificados. Existe salário muito maior no serviço público e nada fazem a respeito. Já reduziram indevidamente a nossa verba indenizatória por sermos vidraça. Nada mais justo que recebamos este aumento”.
No final da votação, um grupo protestou gritando: "vergonha, vergonha".
(Atualizada às 14:35h)