Em decisão unânime da câmara de Vila Bela da Santíssima Trindade (521 km a Oeste de Cuiabá), a vereadora Janine Elisabeth Veloso (PR) foi cassada por falta de decoro. Ela já estava afastada por decisão do Legislativo desde que foi presa no dia 29 de julho pela Polícia Civil, acusada juntamente com outras 6 pessoas, entre elas seu marido Valor Santos da Silva, de terem invadido uma fazendo e sequestrado o pecuaristas Marco Antônio Nunes Francisco, 36 anos, que foi mantido em cativeiro por 5 dias em sua propriedade.
A sessão durou cerca de 24 horas. De acordo com o vereador Toninha Forte (PMDB), foram sete votos pela cassação da vereadora que também já foi presa pela Polícia Federal em 2009 acusada de envolvimento com o tráfico internacional de drogas. Não votaram apenas o presidente da câmara Século Lopes Coelho (PSD) e o suplente de Janine, Odacir Martins, também PSD.
Populares acompanharam a sessão e acamavam pela cassação da parlamentar. Ela ainda pode recorrer à Justiça na vara do próprio município. Entretanto o vereador Toninha Forte lembra que o Judiciário dificilmente interfere em decisões tomadas pelo Legislativo. Isso porque ela também responde por um processo criminal na Justiça e a decisão judicial, que segue independente da decisão dos vereadores. Ou seja, uma investigação do TJ não interfere na outra da Câmara, de caráter administrativo.
Histórico: Tanto a parlamentar quanto seu marido já possuem passagem pela Polícia. Ele por roubo e receptação, ela por participação na Operação Fronteira Branca deflagrada em 2009 pela Polícia Federal para cumprir 72 mandados de prisões temporárias de pessoas acusadas de envolvimento com o tráfico internacional de drogas. Na ocasião foram 39 cumpridos em Mato Grosso. Os acusados, entre eles a vereadora, pertenciam aos 7 grupos criminosos distintos que atuam no Estado. O Gazeta Digital tentou contato com a vereadora, mas o celular estava desligado.
Conforme Só Notícias já informou, o sequestro do pecuarista ocorreu no dia 24 de julho deste ano, quando os acusados invadiram a fazenda exigindo objetos de valores que estivesse no cofre. Eles ainda pegaram o filho do proprietário da fazenda como refém e passam a exigir do pai da vítima uma quantia de R$ 300 mil. A família com medo de represália chegou a sacar R$ 150 mil e só depois comunicou a polícia. Mas o dinheiro não foi entregue aos criminosos presos um dia depois, pelo Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCCO), que interceptou as negociações e prendeu os integrantes da quadrilha.