Ao contrário do que esperava a sociedade cuiabana, a mesa diretora da Câmara dos Vereadores de Cuiabá não agiu com rigor no caso vergonhoso que se transformou a prisão do vereador Ralf Leite (PRTB). O presidente do legislativo acabou de anunciar que o vereador preso com um travesti menor de idade sairá da mesa diretora e será afastado por 90 dias, e com remuneração, diferente do que se comentava na Câmara, momentos antes da coletiva à imprensa. Ou seja: por enquanto, Ralf sai impune e o cidadão cuiabano ainda vai pagar um salário de cerca de R$ 9 mil por mês, sem que ele esteja trabalhando.
Segundo Deucimar, o pedido de afastamento partiu do próprio vereador do PRTB, que saiu reforçou a tese de que tudo não passaria de uma armação e de que teria sofrido uma tentativa de extorsão. “Foi uma armação, minha família está desmoralizada”, disse. Ralf pediu desculpa por suas declarações imaturas e alegou que foi mal interpretado. “Estou me licenciando por motivos de saúde, peço desculpas ao público feminino, fui mal interpretado, eu quis dizer às pessoas que vivem comigo”, argumentou o vereador, tentando convencer que quando afirmou que era “100% hétero sexual” e que a “mulherada de Cuiabá era prova disso” não pretendia ofender ninguém.
Em meio a um escândalo, Ralf ainda garante que se licencia por uma questão de ética, para que as autoridades e os colegas vereadores possam desvendar a verdade do fato com mais liberdade. “Por questão de ética também me afasto”, disse. Na realidade, o parlamentar do PRTB, seguindo orientações, tenta fugir as suas responsabilidades e da Comissão de Ética da Câmara. De acordo com Deucimar, o atestado médico apresentado por Ralf foi assinado pelo psicólogo Aristides Soares Campos Filho, que encaminhou o vereador para uma clínica psiquiátrica.
Tentando demonstrar um abatimento, Ralf disse que está abalado, e que tudo o que ele fala vira ao contrário, mais uma vez se esquivando de suas ações. “Sou um homem público, tudo o que eu falo vira ao contrário, estou com a mente abalada”, frisou. Ralf voltou a dizer que vai processar os policiais militares que o prenderam.
O presidente da Câmara afimrou que todos os vereadores que participaram da reunião, hoje (9) pela manhã, para definir o futuro de Ralf, terão que assinar uma ata de participação.
Atualizada às 17h21