A Polícia Federal (PF) tem indícios de que parte dos dólares encontrados no hotel em São Paulo com os petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha – que comprariam um dossiê contra os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin – entrou ilegalmente no Brasil. Pela aparência das cédulas, a polícia acredita que elas não haviam circulado antes. Segundo as investigações, os números de séries levantados não correspondem a dólares registrados no Banco Central. O dinheiro deve ter entrado no País de avião ou foi até um país vizinho e cruzou a fronteira de carro.
De acordo com o Jornal Nacional, uma parte dos dólares apreendidos é de um lote de US$ 25 milhões – fabricados pela Casa da Moeda dos Estados Unidos em abril deste ano. O lote foi distribuído para bancos de Nova York e do Estado da Flórida. As informações teriam sido repassadas por autoridades americanas, com base no número de série das notas.
Com Valdebran estavam US$ 109,8 mil e R$ 758 mil. Gedimar Passos foi preso com US$ 139 mil e R$ 410 mil. Ao todo foram encontrados R$ 1,7 milhão.
De uma relação de passageiros, a polícia obteve outra informação. A lista de um vôo de 14 de setembro, dia em que Gedimar disse que recebeu o dinheiro para pagar o dossiê, identificou que Jorge Lorenzetti viajou de Brasília para São Paulo. Ele é apontado como um dos principais nomes em torno da negociata.
Depoimento
O empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, suspeito de chefiar a máfia das ambulâncias, prestou depoimento por cerca de 5 horas nesta nesta quinta-feira em Cuiabá. O advogado de Vedoin, Hélio Ricardo Reffatti, afirmou que o dossiê contra os candidatos tucanos e que seria vendido ao PT, já teria sido apresentado anteriormente e não caracteriza nada de novo. Com isso, Vedoin não estaria ocultando provas, de acordo com o advogado.
Questionado sobre a venda do material, Reffatti afirmou que “é preciso verificar quem iria comprá-lo”.Após o depoimento de Vedoin, o procurador Mário Lúcio Avelar, do Ministério Público Federal, saiu da da PF sem falar com a imprensa.
O juiz substituto da 2ª Vara Federal do Mato Grosso, Marcos Tavares, autorizou nesta quinta-feira o envio para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas dos documentos relacionados à investigação da Polícia Federal sobre o dossiê contra políticos do PSDB.
Representantes da Polícia Federal e do Ministério Público irão para Brasília na noite desta quinta-feira para interrogar os petistas Oswaldo Bargas, ex-secretário do Ministério do Trabalho, o churraqueiro Jorge Lorenzetti e o ex-diretor de Gestão de Risco do Banco do Brasil (BB Expedito Afonso Veloso. O trio é suspeito de ter executado a operação para vincular o ex-ministro da Saúde José Serra e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) à máfia das sanguessugas.
Bargas, Veloso e Lorenzetti serão ouvidos, nesta sexta-feira, na Superintendência da PF em Brasília.