O empresário Luiz Antonio Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas, isentou os candidatos do PSDB José Serra e Geraldo Alckmin de envolvimento no esquema ilegal. Em depoimento á Polícia Federal na quinta-feira, em Cuiabá, ele disse que o presidenciável Alckmin “não tem relação” com o esquema e que “não há indícios da participação” do candidato do PSDB ao governo de São Paulo.
A informação foi publicada na edição desta sexta-feira do jornal Folha de S. Paulo. No mesmo depoimento, Vedoin também teria dito que um empresário supostamente ligado ao sucessor de Serra no ministério da Saúde, Barjas Negri, participou da máfia. O acusado é Abel Pereira, que teria recebido “valores para liberação de recursos pendentes na gestão de Barjas”, disse Vedoin.
Pereira não se pronunciou sobre a acusação de Vedoin e Barjas negou ligação com os sanguessugas. Vedoin disse ter entregue os documentos que poderiam incriminar o empresário à PF. O chefe da máfia dos sanguessugas negou ter dado entrevistas à revista IstoÉ em troca de pagamento mas voltou atrás na afirmação que fizera à publicação – que o esquema era “mais fácil” com Serra.
Sobre o dossiê, Vedoin disse que receberia 1 milhão de reais pelo material contra os tucanos e confirmou ter sido procurado, na semana retrasada, pelos petistas Valdebran Padilha, Gedimar Passos e Expedito Afonso Veloso, todos interessados na compra das informações contra tucanos. Dois dos petistas integravam a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição.
Contra o PT – Em outro depoimento à PF, o ex-policial federal Gedimar, preso na sexta-feira negociando o dossiê, afirmou que o PT era um dos partidos que podiam ser incriminados com base nos documentos. Segundo ele, foi para tirar de circulação cerca de 2.000 páginas com denúncias contra vários partidos – principalmente o PT – que os petistas pagariam 2 milhões para Vedoin.
“A família Vedoin se dispôs a vender ao PT informações graves, que envolvem não só políticos dos outros partidos, mas também políticos do próprio PT”, disse Gedimar, segundo a PF. O ex-policial diz que os casos “graves” não se limitavam ao esquema da máfia dos sanguessugas e que os papéis – que ele viu durante reunião em Cuiabá – “sumiram”. A PF está procurando o documento.