Aconteceu ontem a terceira audiência da 21ª Vara Especializada em Ação Civil Pública e Ação Popular em Cuiabá nas investigações a respeito da possível fraude na ata de registro das candidaturas nas eleições de 2010 da coligação Mato Grosso Muito Mais, dos então candidatos Mauro Mendes (PSB), ao governo do Estado, Otaviano Pivetta (PDT), candidato a vice; Pedro Taques (PDT), candidato ao Senado, e Naildo Lopes (PV) que também concorria ao Senado.
Quem compareceu à presença do juiz Luiz Aparecido Bertolucci foi o deputado federal e presidente do PSB em Mato Grosso, Valtenir Pereira, que deixou a audiência informando que estava preso ao sigilo de Justiça decretado pelo magistrado e não poderia tecer comentários a respeito dos esclarecimentos que prestou.
Bastidores, no entanto, frisaram que Valtenir confirmou não ter assinado a segunda ata, que foi a registrada pela Justiça Eleitoral e na qual constaria sua assinatura. Como se trata de uma investigação judicial, aqueles que prestaram esclarecimentos assinam documento onde se comprometem não utilizar de forma política as gravações realizadas pela Justiça.
Antes de Valtenir Pereira, já prestaram esclarecimentos, Rodrigo Rodrigues do PDT que confirmou não ter assinado a segunda ata com a alteração dos nomes dos suplentes do então candidato Pedro Taques, hoje senador da República e José Luiz Dorte, que supostamente trabalha na Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) que em 2010 era presidida por Mauro Mendes, então candidato ao governo do Estado.
A história que poderá ter um desfecho ruim por comprometer a eleição do senador Pedro Taques (PDT) já que os demais candidatos majoritários não foram eleitos, teria acontecido da seguinte maneira. Quando do registro das candidaturas, a chapa para as duas vagas ao Senado, tinha em uma delas Pedro Taques como candidato, com o empresário de Sinop, Paulo Fiuza (PV) como 1º suplente e o empresário Zeca Vianna (PDT) de Primavera do Leste como 2º suplente. Só que no decorrer da campanha, Zeca acabou se lançando candidato a deputado estadual e logrou vitória em 3 de outubro de 2010.
Só que para sair da disputa, houve alterações na chapa, que passou a ser composta por Pedro Taques, candidato ao Senado tendo como 1º suplente, José Medeiros (PPS) e como 2º suplente, Paulo Fiuza (PV). Só que essa alteração quando aconteceu, por questões de prazo, não teria como ter a assinatura dos candidatos e dos representantes partidários que estariam no interior de Mato Grosso em campanha eleitoral. Partindo desta situação, assessores teriam modificado apenas a primeira página da ata inicialmente levada a Justiça Eleitoral e copiado a segunda página onde constariam as assinaturas dos responsáveis.
Como as expectativas de vitória eram remotas para Taques, que se tornou a grande surpresa das eleições, com sua vitória, passou a existir uma disputa ferrenha do segundo suplente, Paulo Fiuza (PV) de olho nas eleições de 2014 e numa eventual candidatura de Taques a sucessão estadual. José Medeiros (PPS), que é Policial Rodoviário Federal, eleito 1º suplente chegou a declarar na imprensa que estaria sendo ameaçado a renunciar a sua suplência, mas os fatos acabam não sendo alterados.