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Valério ajudou PT a cobrir despesas na posse de Lula

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O ex-tesoureiro Delúbio Soares disse que dois empréstimos contraídos pelo PT em 2003, com aval do publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza, foram usados para custear despesas do partido durante a transição do governo e até com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A revelação foi feita no depoimento que Delúbio prestou no último dia 15 ao procurador-geral da República, Antonio Fernando Barros e Silva de Souza, cuja cópia foi obtida ontem por parlamentares da CPI dos Correios.

Na época da posse, o PT informou ter gastado pelo menos R$ 1,5 milhão no evento organizado pelo marqueteiro Duda Mendonça na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

No depoimento, Delúbio alegou que a União não tinha dinheiro para bancar todas as despesas com a posse. Procurada ontem pela Folha, a assessoria do Palácio do Planalto listou gastos que teria custeado.

“O PT custeou todas as despesas referentes à transição do governo federal e a própria posse, já que o cerimonial não dispunha de todas as condições necessárias”, disse Delúbio ao procurador.

De acordo com a versão do ex-tesoureiro, a falta de recursos levou o partido a buscar a ajuda de Valério. Foram dois empréstimos “utilizados para pagamento de despesas na transição e na posse presidencial”, segundo Delúbio. O primeiro, de R$ 2,4 milhões, foi contraído em fevereiro de 2003 no banco BMG. O segundo, de R$ 3 milhões, foi obtido no Banco Rural em maio de 2003.

Em seu depoimento, Delúbio confirmou que Valério foi apresentado a ele por “amigos de Minas”, incluindo o deputado federal Virgílio Guimarães (PT-MG), mas acrescentou que “petistas” teriam lhe orientado a procurar o publicitário porque ele teria “experiência na captação de recursos para campanhas eleitorais, como fizera na de 1998, na eleição do então governador Eduardo Azeredo e do deputado Aécio Neves [ambos do PSDB]”.

No depoimento que prestou também ao procurador-geral da República, um dia antes do depoimento de Delúbio, Valério nada falou sobre os dois empréstimos que avalizou para o PT nem explicou o destino desse dinheiro.

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