O deputado Ulysses Moraes (PSL), que mantém oposição e antagonismo ao govenador Mauro Mendes (DEM), sobretudo nas redes sociais onde o parlamentar é mais ativo, começa a ficar cada vez mais isolado politicamente e sem grupo ao ver o PSL – partido no qual embarcou com grandes expectativas após deixar o DC – se aproximar do governo com a filiação de Cidinho Campos e com a nomeação do presidente da sigla, Aécio Rodrigues, para comandar o Escritório Regional de Mato Grosso (Ermat) em Brasília.
Ontem, durante sessão da Assembleia Legislativa, foi motivo de piada e ironia por parte do deputado Wilson Santos (PSDB), que perguntou se Ulysses iria para a base do governo, dado o contexto no qual o PSL se inseriu. “Você vai obedecer a orientação partidária ou vai sair do partido?”, questionou o tucano.
O deputado “caçula” do parlamento sentiu a provocação e foi à tribuna rebater. Explicou que continha independente, mas afirmou que pretende levar documentos contra o governo de Mato Grosso à CPI da Covid-19 no Senado. E devolveu a provocação a Wilson Santos. “Wilson tem a minha idade de Parlamento. Está há 30 anos aqui, mas parece que, talvez, não aprendeu alguns princípios básicos da Constituição. O parlamentar deve ser independente. Base e oposição nem deveriam existir”, devolveu.
Ulysses também sofreu um golpe do próprio partido. Ele, que tenta se levantar contra Mauro Mendes e que chegou, inclusive, a demonstrar vontade de disputar a eleição para o governo em 2022, foi rebatido pelo presidente Aécio Rodrigues. De acordo com o novo chefe do Ermat, o PSL deve embarcar no projeto de reeleição do governador e pode até indicar o ex-senador Cidinho para integrar a chapa de senador com apoio do chefe do executivo estadual.
Só se isso não acontecer é que o PSL vai pensar em candidatura própria e, mesmo assim, com Cidinho como preferido.