A reitora da UFMT, Marluce Souza e Silva, enviou ofício ao ministério da Educação, na última segunda-feira, solicitando remanejamento de recursos do campus de Sinop, subsidiados pelo novo programa de Aceleração de Crescimento (PAC), para os campus de Cuiabá e Pontal do Araguaia (521 km da capital). Os valores seriam usados na retomada de obras paralisadas do bloco de Ciências Farmacêuticas (R$ 2 milhões), da biblioteca central (R$ 1,5 milhão) e do bloco de Engenharia Agrícola e Ambiental (1,3 milhão).
No ofício, a reitora solicita que as verbas sejam repassadas para readequação de prédios do campus de Cuiabá e obras de acessibilidade dos prédios do campus de Pontal do Araguaia e justifica “impedimento da realização de nova licitação devido ao não encerramento do contrato anterior”. O ofício também solicita remanejamento de R$ de 4,8 milhões previstos para construção de três blocos do campus de Várzea Grande para o campus de Cuiabá.
Procurado por Só Notícias, o pró-reitor do campus de Sinop, Elton Brito Ribeiro, declarou, que convocará a comunidade acadêmica para um pronunciamento, na próxima segunda-feira, às 14h, na sede da associação dos docentes (ADUFMAT). “Nós tivemos em Cuiabá conversando com a reitoria e vamos passar para a comunidade acadêmica”, “um panorama de todo o contexto processual e vamos trabalhar junto com a reitoria para resolver as demandas”, disse.
O professor e coordenador do Centro Integrado de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação Tecnológica, Domingos Rodrigues, enviou nota, ao Só Notícias, criticando a intenção de retirar recursos do campus de Sinop e destinar para outros. “É importante destacar que esses recursos foram conquistados por meio dos esforços de gestões anteriores do campus de Sinop, com ampla participação da comunidade local, que em nenhum momento foi consultada sobre o remanejamento proposto”. “Tal direcionamento contraria frontalmente as políticas de interiorização do ensino superior, de descentralização do conhecimento e de fortalecimento dos campus do interior, fundamentais para a fixação de profissionais qualificados nas diversas regiões do Estado”. Ele disse que tem apoio de outros professores e pesquisadores do curso.
Outro lado
A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) esclareceu em nota que “o Ofício nº 217/2025, enviado ao Ministério da Educação (MEC), foi elaborado após inúmeras tentativas de prorrogação do prazo junto ao SESU/MEC, com o objetivo de evitar a perda dos recursos do PAC. Embora tenha sido confirmada a chegada dos recursos à UFMT em julho de 2024, as providências exigidas pelo Decreto mencionado não foram devidamente cumpridas.
Em 26 de março de 2025, O Ministério da Educação (MEC) orientou novamente a reitora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Marluce Souza e Silva, a solicitar a alteração do destino dos recursos do PAC. A recomendação foi feita com o objetivo de preservar os recursos, sugerindo que a UFMT direcionasse os fundos para um projeto que já tivesse licitação pronta.
Diante disso, convocamos uma reunião extraordinária de pró-reitores no dia 28 de março de 2025, que contou com a presença dos professores Elton Brito e Ilce Campos. Também participou virtualmente um servidor técnico do SESU/MEC, que reforçou os critérios estabelecidos pelo Decreto, destacando que os recursos do PAC não podem ser executados por outros órgãos ou terceiros, e que as licitações para a contratação das empresas responsáveis pelas obras deveriam estar concluídas até 31 de março de 2025.
Com base nesta orientação, a UFMT elaborou e enviou o Ofício nº 217/2025 ao MEC. Após o recebimento, o MEC encaminhará o ofício à Comissão do PAC e à Casa Civil.
A UFMT continua acompanhando o andamento da solicitação e permanece à disposição para fornecer quaisquer informações adicionais”, finaliza a nota.
Receba em seu WhatsApp informações publicadas em Só Notícias. Clique aqui.