O Tribunal Regional Federal da 1ª Região concedeu , em plantão judiciário, "hábeas corpus" em favor de Carlos Miranda, secretário-geral do PMDB, e José Luis Bezerra, sobrinho do deputado federal Carlos Bezerra, presidente do partido. Os dois, juntamente com Rafael Belo Bastos, tesoureiro da sigla, foram presos sob acusações de integrarem uma quadrilha de fraudes e desvios na Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
Rafael foi libertado ainda na sexta-feira, quando o juiz Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara Federal, deixou de acatar pedido de sua prisão preventiva, proposta pelo MInistério Público Federal, juntamente com mais 11 pessoas. Segue preso o "aloprado" Valdebran Padilha, empreiteiro e lobista, ligado ao deputado federal Carlos Abicalil, presidente do PT no Estado.
A decisão pela liberdade de Carlos Miranda e de José Luís Bezerra foi do desembargador Olindo Menezes. "Não havia motivos para que fosse mantida a prisão deles" – disse o advogado Ulysses Rabaneda.
Carlos Miranda e José Luís Bezerra estavam presos por decretação de prisão preventiva, solicitada pelo Ministério Público Federal. O procurador Mário Lucio Avelar alegou que a liberdade deles poderia provocar riscos as investigações.
A prisão preventiva mirou os "mentores da organização criminosa" e teve o objetivo de impedir que continuassem "a fazer uso do poder político para influir em decisões de órgãos da Administração Pública e levar a cabo ilegalidades em contratos e termos de parceria firmados.
Desde 2006, segundo estimativa da Polícia Federal, o volume desviado pela suposta quadrilha pode ser superior a R$ 200 milhões. O esquema de desvio de dinheiro envolve ainda duas Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, as chamadas Oscips. São elas: Creatio e Idheas. Na sexta-feira, a Polícia Federal prendeu a presidente da Idheas, Maria Araújo Guimarães, que se encontrava foragida desde a deflagração da Operação Hygeia, da Polícia Federal.
Além do "aloprado" Padilha, está preso também seu irmão, o empreiteiro Waldemir Padilha. O advogado Roger Fernandes, que representa os irmãos Valdebran e Waldemir Padilha, qualificou a decisão como "desnecessária e contraditória". "Eles não oferecem qualquer risco à investigação ou a qualquer das testemunhas" – disse.