O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta sexta-feira serenidade aos brasileiros em relação ao pacote de medidas que o governo vai implantar para controlar a crise do tráfego aéreo do país. A decisão de falar à nação ocorre três dias depois do acidente com o avião da TAM, na terça-feira (17), o maior da história do país.
“Peço serenidade a todos os brasileiros. Nosso sistema aéreo, apesar dos investimentos que fizemos na expansão e na modernização de quase todos os aeroportos brasileiros, passa por dificuldades. E seu maior problema hoje é a excessiva concentração de vôos em Congonhas”, disse ele.
Repetidas vezes, Lula afirmou que o sistema de tráfego aéreo brasileiro é seguro. “O nível de segurança do nosso sistema aéreo é compatível com todos os padrões internacionais. Não podemos perder isso de vista. ”
Lula fez questão de lembrar que determinou à Aeronáutica e Polícia Federal que investiguem as causas do acidente. “Todas as hipóteses serão examinadas. Não se pode condenar ou absolver quem quer que seja com base em opiniões apressadas. Não se deve abandonar nenhuma linha de investigação por antecipação. Estou seguro de que, em breve, o país terá as informações que precisa e merece.”
Nos últimos dias, cresceu a pressão dentro do Planalto pela demissão do presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, e do ministro da Defesa, Waldir Pires. Parlamentares da oposição e aliados criticam os dois por não conseguirem resolver a crise aérea. Mas Lula disse que não vai cometer “injustiças”.
“Na apuração dos fatos, estamos trabalhando com rigor e serenidade, sem precipitações. Rigor para conhecer a verdade. Serenidade para não cometer injustiças. Da mesma forma que não podemos ficar impassíveis perante a dor e os riscos à segurança dos brasileiros, não podemos tomar atitudes precipitadas”, disse.
Medidas
Lula afirmou que o governo já está tomando todas as medidas para “diminuir os riscos de novas tragédias”.
Ele contou algumas medidas anunciadas hoje pelo Conac (Conselho de Aviação Civil) para isso, como redução do fluxo aéreo em Congonhas, construção de um novo aeroporto em São Paulo, intensificação das medidas de modernização do controle de tráfego aéreo e exigência de que as companhias aéreas tenham aeronaves e tripulações para ser acionadas em caso de necessidade.