Dos 8 deputados federais de Mato Grosso, 6 estavam na sessão plenária, ontem à noite, e se dividiram na votação da criação do Fundo Público Eleitoral, que deve utilizar R$ 1,7 bilhão de recursos públicos para financiar campanhas eleitorais de 2018. Ezequiel Fonseca (PP), professor Victório Galli (PSC) e Ságuas Moraes (PT) foram favoráveis. Já os deputados Adilton Sachetti (PSB), Fabio Garcia (PSB) e Rogério Silva (PMDB) votaram contra o projeto enquanto os deputados Nilson Leitão (PSDB) e Carlos Bezerra (PMDB) não participaram da votação. O projeto foi aprovado por 223 votos contra 209 votos e 3 abstenções.
O fundo prevê que os recursos sejam divididos em 48% entre os partidos na proporção do número de deputados na Câmara dos Deputados e outros 35% entre os partidos com pelo menos um representante na Câmara dos Deputados, proporcionalmente aos votos obtidos por eles na última eleição.
Além disso, serão divididos 15% entre os partidos na proporção do número de senadores e 2% igualmente entre todos os partidos. Todos os recursos são públicos, porém, o projeto prevê ainda que os candidatos poderão fazer arrecadação prévia de recursos por meio de financiamento coletivo na internet.
O deputado federal Galli explicou, em sua rede social, que foi a favor após acordo realizado. “Como líder, lutei para impedir a votação e aprovação do fundão de 3 bilhões, mas fiz o compromisso de apoiar o fundo se ficasse na metade do que seria antes. Foi a forma que encontramos para impedir a aprovação do fundão com o valor maior”, disse.
Ele explicou ainda que “os debates estão invertidos” uma vez que “o correto” seria o fim do fundo público e o financiamento privado para as campanhas eleitorais. “Se toda a população que grita contra o fundo público passar a eleger políticos de direita, iremos acabar com o fundo público na sua totalidade. Com isso, iremos instituir o financiamento privado que é o correto, o modelo americano. Pois o correto é que a população não seja obrigado a doar como é no fundo público, mas que a população doe se quiser, como é no sistema privado. E a população precisa entender isso”.
Em sua rede social, Sachetti lamentou a aprovação do projeto. “Infelizmente a política mais tradicional venceu. E nos teremos de usar um recurso que seria revertido em beneficio da sociedade para financiar campanha”.
Após aprovado na Câmara e Senado, a matéria segue para sanção do presidente Michel Temer (PMDB), que deve ocorrer até este fim de semana quando se encerra o prazo para que mudanças nas regras eleitorais ocorram. Isto porque estas devem ser aprovadas até um ano antes das próximas eleições.