A Justiça Eleitoral reafirmou a lisura no processo de captação, apuração e divulgação dos votos nas eleições de Cuiabá. O presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MT), desembargador Rui Ramos, reconheceu, em entrevista esta manhã, uma falha administrativa, que contabilizava os votos do candidato Lúdio Cabral (PT) como votos nulos, mas garantiu que o problema não influenciou no processo.
O magistrado desclassificou as críticas feitas sobre a honestidade do sistema, questionado pelo candidato a vice na chapa do petista, Francisco Faiad (PMDB). “É falta de assunto querer discutir o que se conhece e acho até desrespeitoso ter que explicar como funciona o sistema para quem milita na área”. Ramos pontua que o sistema funciona desde 1996 e, neste período, não houve nenhum questionamento com fatos concretos que caracterizassem algum tipo de fraude.
A opinião foi compartilhada pelo promotor do Ministério Público Eleitoral, Marcellus Barbosa Lima. “Não há, da nossa parte, nenhuma dúvida sobre a legitimidade e a transparência do processo eleitoral. Não há nenhum motivo para se questionar isso”.
Ramos explicou que o problema foi causado pela falta de comunicação ao juízo eleitoral da decisão do TRE que deferiu a candidatura de Cabral e Faiad. “Percebemos que isso ocorreu quando estávamos com cerca de 50% a 70% dos votos já somados. Fizemos a mudança de uma chave e reiniciamos o processo de totalização. Nada disso influenciou nos votos depositados nas urnas, são 2 sistemas diferentes”.
Como prova, o desembargador apresentou diversos boletins de urna em que constavam votos registrados em favor do petista. “A urna não sabe se há recurso em andamento, se houve algum indeferimento posterior. Ela mostra aquilo que foi depositada nela”.
Lúdio, que teve pouco mais de 42% dos votos, disputa o 2º turno das eleições contra o candidato Mauro Mendes (PSB), que teve mais de 43% do total válido.