O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso recebeu 362 denúncias de compras de votos pelo aplicativo Pardal, até o último dia 12. "Não posso dizer que não ocorre porque já julguei casos assim e estou analisando outros", disse o juiz do Tribunal Regional Eleitoral Lídio Modesto. Ele ressalta que o mundo virtual está favorecendo flagrantes em áudio e vídeo de forma muito mais ostensiva do que em outros anos eleitorais. E que assim como a polícia, o eleitor também tem sido fiscal, além de adversários políticos.
Exemplificando as formas de compra de voto, o magistrado cita que as mais rotineiras continuam sendo a doação de cesta básica e material de construção, dentadura e óculos, necessidades prementes nas periferias das cidades. Além de dinheiro em si, R$ 50 e até R$ 100 o voto, e combustível. "A compra de votos é uma prática complexa, histórica e recorrente", reforça o magistrado, lembrando que na legislação o nome deste crime eleitoral é captação ilícita de sufrágio, expôs.
Uma forma de coibir isso, na visão do promotor eleitoral Mauro Zaque, é pela prestação de contas. "O TRE está cada vez mais atento e mais do que nunca exigindo rigor na prestação de contas. Isso faz com que a engenharia deste crime seja cada vez mais difícil e oneroso", comenta o promotor. Ele defende o voto consciente. "Voto não tem preço", reforça.