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TRE investiga possível crime eleitoral em remessa de cartas pedindo votos

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O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) solicitou aos Correios informações sobre uma segunda remessa de cartas pedindo votos a candidatos. Desta vez, as correspondências teriam sido encaminhadas pelo ex-presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), Valney Souza Correa, e citavam os nomes de Ademir Brunetto (PT), que disputou a reeleição ao cargo de deputado estadual e Wellington Fagundes (PR), que venceu a disputa para a vaga de senador.

A denúncia partiu de um médico veterinário que preferiu não se identificar. Segundo ele, as cartas tinham “forte apelo” aos profissionais inscritos no CRMV para que votassem nos então candidatos Ademir Brunetto e Wellington Fagundes.

A queixa dele ao Ministério Público Eleitoral resultou em uma ação por propaganda eleitoral irregular contra o ex-presidente do Conselho. O primeiro pedido da Promotoria foi acatado pela juiz Ana Cristina da Silva Mendes, que determinou aos Correios que informe a quantidade de correspondências idênticas e os endereços para onde elas foram enviadas.

Zerton Silva Marques, atual presidente do CRMV, descartou qualquer vínculo da instituição com a iniciativa de Valney Souza Correa, que deixou o comando do conselho em 2011. “Hoje [ontem] alguns veterinários me ligaram perguntando se o conselho havia encaminhado a carta, mas isso não tem nada a ver conosco. Inclusive, não fomos nem notificados sobre essa ação. Desconhecemos o teor da carta e da denúncia”.

Já a defesa de Wellington Fagundes sustentou se tratar de uma manifestação espontânea de apoio à candidatura do senador eleito.

O advogado Lucien Pavoni disse ainda que a ação não representa risco ao futuro mandato do republicano, uma vez que a representação foi contra o ex-presidente do CRMV.

A reportagem não conseguiu contato com o deputado Ademir Brunetto.

Correios – a primeira denúncia de envio de correspondências pedindo votos a candidatos foi feita na semana passada, pelo próprio sindicato dos trabalhadores dos Correios. O acusado foi o diretor regional da empresa pública, Nilton Nascimento. Segundo o presidente da entidade sindical, Edmar Leite, a empresa pública foi usada para beneficiar, além de Wellington e Brunetto, Lúdio Cabral (PT), que disputou o governo do Estado, Ságuas Moraes (PT), reeleito deputado federal, e a presidente Dilma Rousseff (PT), que concorre no segundo turno a reeleição.

Na época, por meio de uma nota, os Correios negaram ter havido uso da máquina pública. A sustentação é que o diretor regional endereçou as cartas somente a pessoas conhecidas e pagou o serviço com recursos próprios.

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