Crimes eleitorais serão combatidos pela Justiça Eleitoral, com ampliação de aparato previsto em conjunto de ações estruturadas nos últimos dias entre Ministério Público, polícias Federal, Civil e Militar, sob coordenação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). As eleições municipais de 2012 são alvo de estudos profundos, que visam sobretudo, reduzir a onda de irregularidades nas campanhas. O cenário é ainda mais preocupante em razão das peculiaridades políticas municipais. A força-tarefa do TRE conta desde já com confirmação de aumento do efetivo das polícias, com especial atenção da PF. A confirmação da tática é do juiz auxiliar da Presidência, Jorge Luiz Tadeu Rodrigues.
Municípios como Santo Antônio do Leverger e Barão de Melgaço, estão na lista das cidades consideradas pela Justiça Eleitoral como "pontos críticos de Mato Grosso". Os 2 municípios foram palco de irregularidades de campanha nas últimas eleições. Mas o crivo do TRE se remete a leque extenso, que está em fase de diagnóstico final. Nessas localidades, haverá reforço do monitoramento. E o TRE avisa que as ações relativas ao processo eleitoral deste ano não estão restritas apenas ao período de campanha.
"Olheiros" da Justiça, como os juízes eleitorais das 60 Zonas Eleitorais além de chefes de cartórios, MP e o próprio cidadão, estão atentos para as movimentações políticas. Propaganda extemporânea ou fora de época, vedada pela legislação, pode colocar pré-candidatos em posição delicada. Existe possibilidade de ser barrado pedido de deferimento de candidatura ou até mesmo correrem situações como cassação de mandato em caso de o protagonista de representação vir a ser eleito.
Em reunião realizada recentemente na Secretaria de Estado de Segurança Pública, Jorge Tadeu solicitou reforço do apoio do Estado. O secretário estadual, Diógenes Curado, se comprometeu a investir na solicitação. Prometeu colaborar, disponibilizando efetivo da PM, ou mais de 6 mil policiais, para atuarem diretamente no combate as irregularidades.
A promessa também é da Polícia Federal, que tem trabalho especializado no Estado principalmente em regiões de aldeias indígenas. A PF adianta expediente, ficando de olhos bem abertos para as movimentações de pré-candidatos. Existe entendimento de que o pleito municipal contará com trabalhos redobrados, instituindo mecanismos ainda mais fortes para minimizar a chance de "investidas" daqueles que insistem em burlar a legislação.
Captação de sufrágio, equivalente a compra de votos, é na opinião da Justiça Eleitoral uma das irregularidades mais graves, já que o cidadão tem nas suas mãos o poder para eleger representantes. "É preciso assegurar um pleito com honestidade, lisura e transparência como requer a legislação", disse o juiz.