O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) abriu investigação contra o governador eleito Pedro Taques (PDT) e vice Carlos Fávaro (PSD) para apurar uma denúncia de suposta compra de votos, abuso de poder econômico e político em União do Sul (180 quilômetros de Sinop). A desembargadora Maria Helena Póvoas acatou parcialmente o pedido do candidato derrotado ao governo, Lúdio Cabral (PT), e a coligação dele. É apontado que as irregularidade teriam acontecido em uma fazenda, de um dos doadores de Taques, durante um “showmício”, no dia 3 de maio.
A coligação de Lúdio apontou que teriam “sido gratuitamente distribuídos alimentos e bebidas a centena de eleitores, além de oferecido amplo entretenimento musical, tudo voltado à promoção extemporânea da candidatura do investigado”.
Sustentaram ainda “ter ocorrido abuso de poder político, consistente na utilização de ônibus escolar da Prefeitura de União do Sul para deslocamento de eleitores àquela fazenda, bem ainda no destacamento de contingente da Polícia Militar, que teria se ocupado da segurança daquele evento particular com conotação eleitoral”.
A desembargadora entendeu “relatados fatos e apontados indícios aptos a autorizar a abertura de investigação judicial tendente a apurar suposto abuso de poder econômico e captação ilícita de sufrágio”. Frisou que “o mero temor de que a Prefeitura de União do Sul e a Polícia Militar possam sucumbir a eventuais intimidações dos representados, os quais foram adjetivados na inicial de "pessoas poderosas", não autoriza, por si só, a concessão da medida liminar vindicada, sobretudo porque ela não se consubstancia na busca e apreensão de documentos determinados, mas tão somente na requisição de informações, o que poderá ser realizado sem qualquer prejuízo após estabelecido o contraditório”.
Todos os citados foram notificados para apresentarem defesa.