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Título de “moto-serra de ouro” ainda incomoda Blairo Maggi

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O governador Blairo Maggi demonstrou nesta quarta-feira, ao fazer um balanço de sua viagem a Bali, na Indonésia, onde aconteceu a 13ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que ainda não digeriu as duras críticas da mídia internacional por causa dos desmatamentos na Amazônia. Por mais que tente disfarçar, Maggi deixa evidente que a campanha de achicalhamento que vem sofrendo por causa da expansão das fronteiras agrícolas do Estado o tocam profundamente. Admite até que se sente injustiçado e afirmou que nunca aceitou o título de “moto-serra de ouro”, atribuído pela organização não-governamental Greenpeace.

Maggi deixa claro que a culpa dos desmatamentos e das queimadas não é do Governo. E nem sua, como empresário e considerado o “rei da soja”. Ele fala em reflexo de uma atitude do povo de Mato Grosso. “Sou a pessoa que têm o ônus e o bônus de ser o governador deste Estado” – disse, com pouco assimetria contextual. “Nós somos Amazônia, mas ecologicamente não”. Segundo Maggi, nas críticas que são construídas contra o Governo e da sua pessoa, se esquecem que Mato Grosso tem uma área propícia a queimadas, que é o cerrado. “Eles não separam as coisas” – frisou.

Ainda assim, Maggi disse que colheu resultados favoráveis na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Referiu-se aos elogios que recebeu pelo programa de desmatamento evitado apresentado pelo Estado, onde os responsáveis por terras que deixarem de ser desmatadas podem ser compensados financeiramente por isso. “Mato Grosso foi elogiado porque não foi prometer mudanças, e sim, mostrar o que já está sendo feito pelo Governo em parceria com a iniciativa privada” – situou.

Segundo Maggi, uma comitiva da Noruega virá a Mato Grosso em 2008 conhecer os programas apresentados durante a Conferência. O país, que possuí um fundo sobre sua produção de petróleo destinado para investir em conservação ambiental, comprometeu-se em aplicar recursos na preservação da Amazônia Legal. Mato Grosso será um dos primeiros Estados a serem beneficiados, com previsão de que este fundo seja aplicado a partir de janeiro em projetos pilotos que serão implantados em diversas áreas do Estado.

O governador citou como exemplo o Licenciamento Ambiental em Propriedades Rurais (SLAPR), onde Mato Grosso é o único no País que utiliza o sistema e já cadastrou 35% das propriedades neste novo modelo. O sistema é totalmente digitalizado utilizando imagens de satélite para a fiscalização em campo. O modelo localiza desmatamentos ilegais nas propriedades licenciadas.

Outro programa que recebeu elogios foi o MT Floresta, principalmente das parcerias onde pequenos produtores rurais reflorestam suas áreas com seringueiras. Cada família garante uma renda em torno de R$ 2,2 mil durante um período longo, aproximadamente 30 anos, o tempo de vida produtiva da árvore. Um dos defensores desta proposta durante o encontro foi o coordenador da Campanha Amazônia do Greenpeace, Paulo Adário. Ele reforçou a importância da presença do governador e dos produtores rurais do Estado nas discussões da Conferência, como forma de mostrar que o empenho está realmente acontecendo pela conservação e recuperação do meio ambiente.

A comitiva estadual foi formada por poder público e representantes dos setores madeireiro, da soja, do algodão, e também do setor bovino. Uma vitória política da proposta mato-grossense foi a sua inclusão na pauta do Governo Federal, que não demonstrava apoio ao projeto de desmatamento evitado anteriormente à Conferência, e sua inclusão ainda no texto final do encontro.

Blairo Maggi lembrou da importância econômica do Governo participar destas conferências internacionais. “É temos que mostrar o que estamos fazendo para sermos respeitados”, comentou. A preocupação é em relação a informações distorcidas que podem gerar perdas de mercado e bloqueios internacionais.

O governador apresentou os números da produção mato-grossense, o quanto do território é ocupado por atividades agrícolas (são 36% da área do Estado ocupadas pela agricultura – 64% está preservado, incluindo as terras indígenas) e destacou as ações ambientais implantadas pelo Governo e como vem sendo conduzidas em parceria com o setor produtivo.

A dinamização da economia no Estado também foi defendida pelo governador como uma forma de conservação ambiental. O maior número de empresas que transformam os produtos primários em manufaturados geram emprego e renda as pessoas onde estão instaladas, assim, estas pessoas deixam a necessidade de retirar o seu sustento das florestas.

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