Os ministros do Tribunal de Contas da União liberaram, esta noite, o Ministério dos Transportes, através da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) de continuar o processo licitatório para construir a FICO – Ferrovia Centro-Oeste ligando Goias a Mato Grosso e Rondônia. O primeiro trecho será de Campinorte (GO) até Lucas do Rio Verde, onde será construído um terminal de cargas. Em dezembro, os ministros queriam que o leilão do trecho para a iniciativa privada fosse feito mediante ajustes nos estudos de engenharia e nas minutas de edital e contrato do trecho. A medida seria para reduzir o custo da obra de R$ 6,3 bilhões para R$ 4,6 bilhões.
Mas, esta noite, os ministros decidiram que vão voltar a analisar os métodos utilizados pela ANTT para chegar ao valor estimado para a construção da ferrovia e derrubaram a exigência que seja de exatos R$ 4,6 bilhões, como determinado anteriormente, informa o G1. Com a decisão do tribunal, o governo terá liberdade para fixar o custo da obra que será submetido a nova análise do tribunal. Se os ministros entenderem que não serão viáveis, podem suspender o andamento da licitação ou das obras.
A presidente Dilma Rousseff evitou, na terça-feira, quando esteve em Lucas do Rio Verde, lançar as obras da ferrovia, apontando que esperava análise do tribunal às explicações do governo.
A ferrovia terá 1.065 km de extensão. Em Mato Grosso, os trens devem passar por Lucas do Rio Verde, Sorriso, Nova Ubiratã, Paranatinga, Gaúcha do Norte, Água Boa, Canarana, Nova Nazaré e Cocalinho). A ferrovia teve derrubar em 30% os custos com transporte de grãos, madeira, combustível e demais produtos.
O setor produtivo mato-grossense cobra o governo para a obra começar o quanto antes (ela havia sido prometida pela presidente Dilma quando estava em campanha, há 3 anos). O presidente da Federação da Agricultura de Mato Grosso, Rui Prado, acha que o governo poderia ser mais ágil na obra da ferrovia. Em entrevista ao Só Notícias, ele evitou críticas, mas não escondeu que o setor produtivo que as obras iniciem o quanto antes. "Queremos que a Ferrovia Centro-Oeste (FICO) deixe de ser um sonho e passe dos projetos para a execução de obras e esperamos que a presidente anuncie o início da execução destas obras. A gente sabe do esforço e empenho em trabalhar com logística mas o Mato Grosso cresce em uma velocidade muito maior que as obras de infra-estrutura que estão sendo realizadas no nosso Estado".
O presidente da Aprosoja, Carlos Favaro, também reforçou a cobrança para início imediato da ferrovia para o setor produtivo mato-grossense ser mais competitivo.
A estimativa é que os 1.065 km da ferrovia, pontes, terminais de cargas, pátios de manobra e demais obras para deixar a ferrovia pronta fiquem prontas em 5 anos.