Cerca de R$ 9,5 milhões (10% da quase totalidade dos valores) das obras da duplicação da BR-364 entre Rondonópolis até o Posto Gil, passando por Cuiabá e Várzea Grande, os dois maiores municípios de Mato Grosso, foram bloqueados por decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), cautelarmente até que sejam esclarecidas possíveis irregularidades de superfaturamento, utilização de materiais de qualidade inferior ou excesso de produtos em trechos das obras que totalizam mais de R$ 95 milhões. A decisão é de responsabilidade do relator do processo, ministro Aroldo Cedraz, e cabe recurso, e foi adotada contra o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em Mato Grosso que é conduzido pelo superintendente regional, Newton de Britto que assumiu há pouco mais de 60 dias o órgão, após ficar por mais de dois anos na direção nacional juntamente com Luiz Antônio Pagot, diretor-geral da instituição.
O valor bloqueado é destinado a manutenção da rodovia BR-364 e atinge a três empreiteiras, a Cavalca, Delta e Redran. As empresas garantem que não há irregularidades e que a decisão da instituição foi prematura, sem antes ter ouvido das mesmas as justificativas da recuperação, duplicação e manutenção da BR que é responsável pelo escoamento da safra agrícola de Mato Grosso para o Sul e Sudeste do Brasil. A maior parte é da Cavalca com R$ 8,6 milhões num trecho de 142 quilômetros entre Rondonópolis e a Serra da São Vicente.
O trecho da Redran vai da Fazenda Itamarati, no Médio Norte Mato-grossense até o município de Campo Novo do Parecis e a Delta é somente quanto a duplicação da Serra de São Vicente que vem sendo feita com ferro, cimento e asfalto.
O secretário de Controle Externo do TCU em Mato Grosso, Carlos Augusto Ferraz ponderou que obras mal feitas tem vida útil menor e prejuízos quase certos. “Não se sabe efetivamente se o que foi executado está de conformidade com o contratado”, disse o chefe do TCU em Mato Grosso que aguarda a defesa das empresas para concluir os levantamentos que foram apontados por peritos da Secretaria de Controle Externo do TCU em Mato Grosso.
A duplicação de Rondonópolis até Posto Gil, abrange pelo menos três BRs em todo o seu trajeto, ou seja, a 364, a 163 e 070 que se encontram na Serra de São Vicente passam por Cuiabá e em Várzea Grande se separam e vão para o Norte rumo a Porto Velho, capital de Rondônia e Santarém no Pará passando pelas principais regiões produtoras do agronegócio brasileiro e se tornam essenciais para a economia nacional.