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TCE quer ‘abrir caminho’ e pequenos em Mato Grosso terem forma simplificada de vender produtos

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O Tribunal de Contas do Estado instalou, ontem, mesa técnica que busca permitir que produtos de origem animal, produzidos em Mato Grosso, sejam comercializados em todo o país. O presidente Sérgio Ricardo expôs que a iniciativa busca unificar o sistema de inspeção, permitindo que produtos registrados nos Serviços de Inspeção Municipal (SIM) atendam aos critérios do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA). “Não é justo que quem trabalha de forma correta, com qualidade e segurança, fique à margem do mercado formal por falta de estrutura ou excesso de burocracia. Por isso, o TCE está reunindo as instituições responsáveis para construir uma solução viável, segura e definitiva, que permita a legalização da produção e a geração de renda em todo o estado. Quem produz com honestidade tem que ter direito de vender, crescer e sustentar sua família com dignidade”, declarou o presidente.

O encontro, na sede do tribunal em Cuiabá, teve participação de representantes do Governo Federal, do Estado, municípios e setor produtivo buscando alternativas para aumentar a competitividade dos produtores locais e melhorar a segurança alimentar em diversas regiões de Mato Grosso. O trabalho envolve a resolução de diversos entraves que dificultam a adesão ao SISBI-POA e impedem que pequenos produtores entrem no mercado formal, mesmo atendendo a padrões de qualidade e segurança alimentar.

O presidente da Comissão Permanente de Normas, Jurisprudência e Consensualismo (CPNJur), conselheiro Valter Albano, chamou a atenção para o ineditismo da temática. “Estamos intermediando uma solução inovadora. O pequeno produtor poderá ganhar, nos próximos meses, uma forma simplificada de atuar na legalidade, produzindo e vendendo com segurança. Todas as esferas estão empenhadas em resolver o problema.”

O superintendente federal de Agricultura de Mato Grosso, Leny Rosa Filho, reforçou que ampliar o acesso à informação é parte da solução. “Quando falamos em inspeção de produtos de origem animal, estamos tratando da saúde pública. Precisamos tornar as normas mais compreensíveis e acessíveis, tanto para os gestores quanto para os produtores. Só assim conseguimos garantir que a legislação seja cumprida e que o consumidor receba um alimento seguro.”

o presidente da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Suelme Fernandes, defendeu que o processo seja inclusivo. “O pequeno produtor precisa de alternativas viáveis para entrar no mercado formal. São pessoas que produzem queijos, polpas, doces e precisam vender com segurança. A desburocratização é um passo fundamental. Se conseguirmos adaptar os procedimentos sem comprometer a segurança sanitária, vamos gerar desenvolvimento em regiões vulneráveis.”

Por sua vez, o secretário de Trabalho, Agricultura e Desenvolvimento Econômico de Cuiabá, Felipe Correa, chamou a atenção para a realidade enfrentada por produtores da capital. “Mais de 90% do território de Cuiabá é rural, mas apenas 2% da população vive nessa área. A maioria dos produtores é de pequeno porte, envelhecida e sem condições de mecanização. Esses produtores têm produtos de qualidade, mas enfrentam medo de serem penalizados pela fiscalização.”

Já o procurador-geral do Ministério Público de Contas (MPC), Alisson Carvalho de Alencar, defendeu a criação de um protocolo municipal e sugeriu a adoção de um modelo de supervisão integrado, com base nas experiências de Minas Gerais. “Quando a gente lança um olhar sobre a agricultura familiar, nós estamos pensando no presente das pessoas que moram nas pequenas cidades de Mato Grosso assim como o futuro dessas pessoas que podem se tornar pequenos produtores”, pontuou.

Ao longo da manhã, os participantes salientaram que um dos principais desafios para a adesão ao SISBI-POA é a falta de estrutura técnica nos municípios, que frequentemente não contam com laboratórios, equipamentos ou veículos para fiscalizar adequadamente. Além disso, muitas prefeituras enfrentam dificuldades para contratar médicos veterinários, capacitar equipes e atualizar suas legislações conforme as normas federais.

Agora, as propostas debatidas durante a mesa técnica devem resultar na construção de um protocolo simplificado de inspeção e na análise de alternativas como novos selos de certificação. O tema será aprofundado em uma série de reuniões conduzidas pela CPNJur, responsável pelas mesas técnicas no TCE-MT, com a participação de representantes dos municípios, do Governo do Estado, da União e de entidades ligadas à agropecuária.

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