O governador Pedro Taques (PSDB) não confirmou e nem descartou o escalonamento do pagamento dos salários de outubro dos servidores públicos. Nesta sexta-feira (28), ele se limitou a dizer que o funcionalismo receberá os vencimentos “dentro do prazo legal” e que na próxima segunda-feira (31) vai a Brasília em busca de recursos federais para o Estado. Conforme a Constituição Estadual a administração pública tem até o próximo dia 10 para honrar os compromissos.
Com isso, cresce a possibilidade de que, a exemplo do mês passado, haja um novo escalonamento dos salários dos servidores públicos. Em setembro, os trabalhadores com salários inferiores a R$ 6 mil receberam seus vencimentos no último dia útil de setembro. Já o restante, o equivalente a 10% do funcionalismo, só teve os pagamentos quitados até o dia 10, com exceção dos servidores que atuam na Segurança Pública, que receberam no dia 7.
Taques contava com o recebimento do Auxílio Financeiro para Fomento das Exportações (FEX), no valor de R$ 391 milhões neste mês, o que ajudaria a quitar a folha. No entanto, o presidente da República, Michel Temer (PMDB), comunicou a Taques que o repasse deve ocorrer apenas no início de novembro, levando o Estado a buscar outras fontes de recurso para honrar o compromisso. Em meados de novembro Mato Grosso deverá receber também sua parte no pagamento do Imposto de Renda dos contribuintes que aderiram à Lei da Repatriação e legalizaram os recursos mantidos ilegalmente no exterior.
Embora sem confirmação pelo Governo Estadual, fontes afirmam que a formatação dada até o momento prevê o escalonamento salarial em três etapas. Na primeira delas, que ocorreria em 31 de outubro, receberiam servidores com salário líquido até R$ 3 mil.
Uma semana depois, dia 7 de novembro, seria a vez da parcela do funcionalismo com vencimentos entre R$ 3 mil e R$ 6 mil líquidos. Por último, na data de 10 de novembro, os que ganham salário líquido acima de R$ 6 mil. O 13º salário dos aniversariantes do mês de outubro seria quitado no próximo dia 14, independente da faixa salarial.
Mato Grosso também foi afetado pela crise econômica, que já fez com que outros 13 Estados atrasassem ou mudassem a data de pagamento dos salários de seus servidores. No mês passado, além da dificuldade em arrecadar recursos, o Estado quitou nova parcela da dívida contraída na gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) junto ao Bank of America que tem sua correção atrelada à variação cambial.