Um grupo de empresários do ramo de transportes e também representantes dos caminhoneiros se reunirá com o governador Pedro Taques (PDT), esta tarde, no Palácio Paiaguás, em Cuiabá e vão apresentar as reivindicações da categoria. Uma das principais, que pode ser adotada pelo governo do Estado, é a redução de 17% para 12% a alíquota de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente sobre o óleo diesel em Mato Grosso, o que resultaria na diminuição do preço, na bomba, mas por outro lado, baixaria a arrecadação de impostos.
Ontem, o secretário de Estado de Fazenda, Paulo Brustolin, disse que um levantamento já está sendo feito, porém, não há prazo para o trabalho terminar. Também não há garantias de que haverá redução desta alíquota. “A secretaria realiza um estudo técnico sobre todo o setor de combustível em Mato Grosso e não apenas do óleo diesel. Um estudo dessa magnitude não pode ser feito da noite para o dia, pois causaria um grande impacto nas contas do Estado”. Sobre a possibilidade da elaboração de uma tabela fixa para a cobrança do frete baseada na Lista de Preços Mínimos de Fretes, outra exigência dos empresários do transporte, o secretário afirmou que não tem poder de interferir na lei de mercado. “A Sefaz não pode interferir na lei de mercado e o governo já contribui com o setor, publicando uma lista com valores referenciais”.
Hoje, em Lucas do Rio Verde, Sorriso, Nova Mutum e Sinop o bloqueio passou a ser de 48hs seguidas sem liberação do tráfego de carretas e caminhões carregados ou vazios. Só passam os que levam cargas vivas e produtos perecíveis. O tráfego de carros e ônibus continuam normal.
Com o último aumento, em Sorriso, o litro do óleo diesel foi para R$ 3,05 (preço médio apontado pela ANP), mas pode ser encontrado por até R$ 3,29 em alguns postos. Em Sinop, varia de R$ 2,98 até R$ 3,14 de um posto para outro. Em Lucas, é vendido até R$ 3,24 e, em Nova Mutum, chega até R$ 3,31.
"Vão ser 48 horas sem liberar a rodovia para mostrar mais força no nosso manifesto (ontem e quarta havia intervalo no almoço e à noite era liberado a pista). Queremos parar logística para portos (com isso vai reduzir o volume de soja e demais produtos para exportação). Não queremos prejudicar produtores que estão colhendo neste momento e caminhões que vão colher soja, que têm nota de produtor rural, vão passar para ir às fazendas", informou, há pouco, ao Só Notícias, o presidente Sindicato Caminhoneiros Autônomos de Sorriso e região, Wilson Rodrigues. Ele acredita que, com 48 horas diretas de paralisação, o volume de carretas e caminhões parados aumentará consideravelmente para o governo "sentir a força" do setor. Na 5ª feira, no período da tarde, 2.400 caminhões/carretas estavam nas filas em Mutum, Lucas, Sorriso e Sinop, calculou o sindicalista "É muito pouca adesão. Esperamos fortalecer nosso movimento com período maior de bloqueio. Falta mais união da classe. Após dois dias vamos avaliar quanto tempo vamos liberar o tráfego de caminhões. O Brasil inteiro está pedindo socorro. Não suportamos mais o preço alto dos combustíveis. Empresas estão operando no vermelho, caminhoneiros estão praticamente sem margem de renda com o frete", declarou.
O governo federal ainda não se posicionou sobre a cobrança dos caminhoneiros e das empresas de transporte para baixar o preço do diesel.