O governador Pedro Taques (PSDB), que disputa a reeleição, disse estranhar a natureza da Operação Catarata, que ontem fez buscas e apreensões baseadas na suspeita de fraude no pagamento de cirurgias executadas durante a Caravana da Transformação. Taques afirmou que prestou contas ao Ministério Público ao fim de cada uma das 14 edições da Caravana e que não entende a razão da operação no período eleitoral.
“A 30 dias da eleição o Ministério Público vem com uma operação como esta? Amanhã [hoje] os médicos da Caravana vão analisar cada material que foi auditado, ao que consta, pelo Ministério Público em uma ação de improbidade administrativa. Não é uma ação criminal, é uma ação de improbidade administrativa em que houve busca e apreensão”, defendeu-se durante o debate realizado ontem à noite pela TV Cuiabá.
Mesmo com a operação, Taques adiantou que pretende continuar com a Caravana da Transformação se for reeleito e que se orgulha de ter atendido aproximadamente 350 mil e de ter realizado 70 mil cirurgias. O governador ressaltou que apresentou todos os documentos para os promotores e que os procedimentos médicos foram auditados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Nós temos a certeza de que ali, o que tínhamos, foi feito absolutamente dentro da legalidade, aliás, o Tribunal de Contas elogiou a Caravana da transformação”, completou.
O governador foi questionado pelo candidato Arthur Nogueira (Rede), que disse não aceitar as críticas de Taques ao Ministério Público, já que o tucano é ex-procurador da República e, antes de eleito, sempre defendeu as operações semelhantes.