A entrada de Janete Riva (PSD) na disputa pelo comando do Palácio Paiaguás não deve alterar a rotina de campanha de seus dois principais adversários, Pedro Taques (PDT) e Lúdio Cabral (PT). Os dois candidatos ao cargo de governador sustentam que não podem escolher contra quem concorrer no pleito e, por isso, manterão suas estratégias inalteradas.
Janete substituirá o marido, o deputado estadual José Riva (PSD), que teve o registro de candidatura indeferido. O pessedista chegou a recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas a exemplo da Corte Regional, o TSE manteve o indeferimento do pedido à unanimidade.
Em campanha desde a última quarta-feira (10) pelas regiões Norte e Noroeste do Estado, Taques afirmou respeitar todas as candidaturas adversárias. “Vou manter minha campanha limpa e sem baixarias”, se limitou a comentar. Acontece que Janete já demonstrou que o tom de sua campanha será de combate ao pedetista. Segundo ela, seu grupo político vem sendo perseguido por Taques e, a partir de agora, pretende responder todos os eventuais ataques. A referência é principalmente ao fato de ter partido da coligação que tem o senador como candidato uma das ações que resultou no indeferimento de Riva. Além de Taques, o Ministério Público Eleitoral se manifestou contrário ao registro de candidatura.
Já Lúdio Cabral considerou positiva a entrada de Janete no pleito, principalmente por se tratar de uma mulher. “É uma indicação positiva e respeitamos muito isso”, afirmou.
A coligação do petista era a única, até então, que tinha uma candidata mulher na chapa majoritária. Lúdio concorre ao comando do Palácio Paiaguás ao lado da deputada estadual Teté Bezerra, indicada pelo PMDB para disputar o cargo de vice-governadora.
A própria Janete já antecipou que sua campanha deve destacar a “sensibilidade feminina”. Ainda na última sexta-feira (12), dia em que foi anunciada a candidatura dela, Riva já havia gravado um depoimento em que destaca o cuidado da esposa com a família e, se eleita, com o povo mato-grossense. O vídeo deve fazer parte de um dos primeiros programas eleitorais em que a pessedista aparecerá como a indicação do partido ao governo do Estado.
A expectativa do PSD é que Janete dê mais trabalho aos adversários do que Riva vinha dando. A tese da legenda é que o deputado poderia ter crescido muito mais nas pesquisas de intenção de voto, caso não tivesse enfrentado nenhum problema judicial, o que se espera que ocorra no caso da esposa.