O governador Pedro Taques (PSDB), que conclui seu mandato na próxima segunda-feira, disse, em entrevista a Folha de São Paulo, que ainda não fez uma “avaliação política da derrota”, em outubro, quando tentou a reeleição e perdeu para o ex-aliado Mauro Mendes (DEM). “Entendo que o governador eleito ganhou a eleição e a democracia serve para isso, não é para que os bons possam se perpetuar. É para que alguns não possam permanecer o resto da vida. Marcamos para sentar ano que vem para que, com espírito desarmado, debatermos quais foram os erros dos governos”. Taques admitiu que os casos de corrupção envolvendo alguns aliados e ex-secretários “pode ter refletido na campanha mas não gosto de falar se não tenho dados comprovados. Não tenho convicção disso”. Sobre seu nome aparecer em ‘delações de pessoas’, como a do ex-secretário de Educação Permínio Pinto que apontou a destinação de propina, em obras de reforma de escolas, para pagar despesas de campanha, Taques disse que “querem tirar a responsabilidade delas e jogarem para outro. Objetivamente isso. Eu nunca mais conversei com eles. É tirar o deles e colocar o meu na reta”, afirmou. Ele também disse que, eu seu governo, Mato Grosso foi o segundo Estado que mais aplicou a lei anticorrupção.
Ainda na entrevista à Folha, Taques avaliou que o PSDB deve ser oposição ao governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro. “O cidadão nos colocou na oposição, nem quer que nós sejamos governo”, disse Taques, que apoiou o tucano Geraldo Alckmin e considerou que o desempenho do ex-governador de São Paulo nas urnas foi “aquém”, assim como o dele.
Pedro Taques disse que pretende continuar no PSDB e sobre o futuro, buscará obter carteira na Ordem dos Advogados do Brasil e exercer a advogacia, além de dar aulas e “tratar um pouco de mim”. “Por ora estou pensando em fazer minha defesa e cuidar da minha vida. Mas sou um agente político e não posso abandonar os debates políticos”.