O governador Pedro Taques (PSDB) afirmou que não fará nenhum juízo de valor acerca das investigações que apuram a suposta existência de um escritório clandestino responsável por realizar interceptações telefônicas. Ontem, ele se pronunciou pela primeira vez desde que a Justiça Militar determinou a prisão de dois policiais por suspeita de participação no episódio.
Taques destacou que a possibilidade de que tenha havido as interceptações é algo preocupante, mantendo seu posicionamento quando falou pela primeira vez sobre o caso. “Vejo isso com olhos de preocupação, mas eu quero ressaltar aqui que eu não faço juízo de valor antes do devido processo legal”.
Ele também comentou a detenção do coronel Zaqueu Barbosa, que chegou a comandar a PM em Mato Grosso e é apontado como um dos participantes no esquema. “O coronel Zaqueu é uma pessoa séria, digna, que exerceu durante um ano a chefia da Polícia Militar do Estado. Não cabe a nós julgar as pessoas por fofoca, não podemos julgar as pessoas por notícia de jornal. Eu não julgo as pessoas por notícia de jornal porque, nós sabemos, nesse momento muita coisa está envolvida”.
Questionado pelos jornalistas acerca da decisão do juiz de Direito da 11ª Vara de Crimes Militares da Comarca da Capital, Marcos Faleiros, Taques negou que sua opinião seja uma crítica ao procedimento adotado pelo magistrado. “Não critico decisão de juiz. Decisão de juiz tem que ser cumprida, não estou criticando decisão de juiz”.
Na última terça-feira (23), quando foram decretadas as prisões, o Governo de Mato Grosso, por meio de nota, expressou total apoio a todas as investigações em curso sobre o caso, no âmbito do Poder Executivo e dos demais poderes, reiterando a convicção de que o assunto deve ser apurado com o máximo rigor e, comprovando-se qualquer ato ilícito, que os responsáveis sejam punidos na forma da lei.