O governador Pedro Taques (PSDB) afirmou ser natural a possibilidade de se discutir o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) devido ao atual momento político que o país passa. Para ele, a palavra “golpe” é utilizada por quem está perdendo espaço e o que já foi revelado, com os inúmeros escândalos de corrupção, seria muito mais grave do que ocorreu no mandato do ex-presidente Fernando Collor de Melo, em 1992.
Em entrevista ao Estadão, Taques disse que impeachment não é golpe e a Constituição Federal não proíbe o presidente de ser investigado. Ao ser indagado sobre o PSDB, partido no qual ingressou no último sábado, em apostar no impeachment de Dilma, Taques lembrou que o atual vice-presidente Michel Temer (PMDB) foi seu professor e tem um livro intitulado “Elementos de Direito Constitucional”.
“Temer diz o seguinte: o impeachment tem uma conotação jurídica e política. É diferente do Direito Penal. E, diante do que foi revelado até agora, o que está acontecendo hoje é muito mais grave do que ocorreu no processo do Collor, em 1992”, ressaltou em sua resposta ao jornal.
Para o governador de Mato Grosso, o caso de novas eleições dependeria de julgamento por parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, neste caso, quem assumiria a presidência da República seria o presidente da Câmara, deputado federal Eduardo Cunha (PMDB). No entanto, o mesmo é citado em um possível esquema de corrupção e isso o implicaria, assim como o presidente do Senado, Renan Calheiros. “Cunha e Renan estão na mesma situação. Isso mostra a fragilidade do sistema partidário”.
Taques acredita que sua postura oposicionista em relação à presidente não irá interferir em benefícios do governo federal para Mato Grosso. Ele lembrou que entrou no PDT por admirar o senador Cristóvam Buarque e desde que se elegeu senador cobrou publicamente do PDT deixar a base de Dilma. Para ele, sair do PDT e entrar no PSDB foi um caminho natural.