A Comissão da Reforma Política deve ir além das questões diretamente associadas ao sistema político-eleitoral, para tratar também das relações entre o Legislativo e Executivo, inclusive de regras para a edição das medidas provisórias. É o que defende o senador Pedro Taques (PDT), um dos 15 membros titulares da comissão instalada, hoje, em reunião comandada pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB).
Quanto aos pontos específicos da reforma política, Pedro Taques considera que seja importante decidir sobre o financiamento público das campanhas e se o voto será distrital puro ou distrital misto. Ele disse defender o fim das coligações em eleições pelo sistema proporcional.
Taques observou que seu partido está iniciando discussões internas para definir uma posição sobre a reforma. Para colaborar nesse debate, ele adiantou que está levantando as propostas que o partido defendeu durante os debates da última proposta de reforma política discutida no Congresso.
Ao destacar a importância da discussão em torno do financiamento público das campanhas, Pedro Taques observou que todos os grandes casos de corrupção nos últimos tempos estão ligados a processos eleitorais. Por isso, considerou que a reforma política seria “o pai e mãe de todas as reformas”. “A impunidade é a causa da corrupção e a corrupção está ligada ao sistema eleitoral, porque não existe almoço de graça. Quem financia o processo eleitoral com certeza vai querer alguma coisa em troca”.
A expectativa do senador é de que o debate sobre a reforma avance, com a votação matéria ocorrendo no prazo mais rápido possível. Segundo ele, esse é o desejo do presidente do Sendo, José Sarney. “O presidente está imbuído dessa vontade, para marcar sua gestão e mostrar que esta Casa está preocupada com os problemas que atormentam os brasileiros”, afirmou, incluindo a reforma política entre tais problemas.