O senador mato-grossense Pedro Taques (PDT) está convicto de que não fez nada de errado ao pedir a saída do colega de partido, Carlos Lupi, do cargo de ministro do Trabalho. Ao Só Notícias, a assessoria do senador explicou que ele, ontem à noite, em reunião partidária, disse que se algum filiado apontasse alguma situação equivocada, com base no estatuto do partido, em seu posicionamento de defender o afastamento de Lupi, que ingressasse com uma representação contra ele.
A situação de uma possível saída de Taques foi criada após o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o “Paulinho da Força” (SP), sugerir que ele e o senador Cristovam Buarque (DF), além do deputado federal José Antônio Reguffe (DF), deixem a legenda por não apoiarem a permanência de Lupi no cargo federal, após as denúncias de escândalos.
Taques também garante que não irá deixar os quadros do PDT devido ao seu posicionamento. A assessoria do parlamentar informou que o Taques tem a absoluta certeza de que não fez nada de errado em seu posicionamento e pronunciamento até agora. A posição de Taques é política e em nenhum momento ele incriminou o ministro.
Segundo a assessoria, ele foi um dos primeiros a defender as investigações contra outros ministros acusados de corrupção e não seria diferente com o ministro do Trabalho, apenas porque ele é do mesmo partido. Taques, aliás, apresentou requerimento, juntamente com outros senadores, para que a Procuradoria Geral da União investigasse as denúncias.
Conforme Só Notícias já informou, o senador mato-grossense já defendeu publicamente o afastamento de Lupi do ministério e chegou a ir além durante a audiência do ministro no Senado Federal, na semana passada, ao pedir o afastamento do PDT do ministério. “Acredito que o PDT deve se afastar do Ministério do Trabalho. É a minha opinião e fui eleito para isso. Politicamente, não temos mais razões para permanecer neste ministério”, avaliou o senador, na oportunidade.
Taques defende a saída de Lupi do cargo diante das denúncias de irregularidades em convênios com ONGs. Ele considera que “que todos os fatos são graves. Não podemos pré-julgar, mas tudo tem que ser esclarecido”. A situação do ministro piorou diante das novas revelações, feitas pela revista Veja, que divulgou vídeo do ministro usando um avião privado, alugado pelo diretor das organizações não-governamentais (ONG) Fundação Pró-Cerrado e Renapsi, Adair Meira. Lupi havia negado conhecer Adair (que, de acordo com a Veja, tem contratos de grandes valores firmado com o ministério) ou usado avião de empresários.
Reportagem de Veja também aponta que haveria cobrança de propina no Ministério do Trabalho.