O governador Pedro Taques (PSDB) afirmou que o atual modelo político vigente no Brasil, o presidencialismo de coalizão, não funciona. A declaração foi dada por ele na saída do encontro da Executiva Nacional do PSDB, em Brasília, nesta terça-feira (3). No encontro, lideranças partidárias e governadores tucanos elaboraram um documento com 15 itens, que serão apresentados ao vice-presidente Michel Temer (PMDB), que deverão nortear o apoio da legenda a um possível governo dele, caso avance no Senado o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Taques voltou a defender o parlamentarismo como o melhor sistema político para o Brasil.
Segundo o governador, o desejo maior do PSDB neste momento de forte crise política e econômica é que o Brasil supere os problemas. Como forma de auxiliar um eventual governo Temer, neste sentido, Taques descartou a negociação por cargos. “A participação no governo não está em discussão. São estes 15 pontos que serão apresentados a eles”. Além da reunião da Executiva, Taques iria participar de um encontro com o vice-presidente, no Palácio do Jaburu. No entanto, como o evento do PSDB atrasou não foi possível conciliar as duas agendas.
Entre os pontos acertados no documento está a criação de bases de um novo sistema político para que seja possível voltar a discutir a implementação do parlamentarismo no Brasil. “Da Constituição Federal de 1988 para cá houve dois presidentes condenados pela prática de crime de responsabilidade, o que mostra que o presidencialismo de coalizão não tem funcionado no Brasil. O ideal, e está no DNA do PSDB, é o parlamentarismo. Discutiremos isso depois de 2018”.
Na reunião, foi elaborado o documento, intitulado “Princípios e valores para um novo Brasil”, que estabelece as condições do PSDB para apoiar o futuro governo. A primeira delas exige o combate irrestrito à corrupção e o apoio às investigações da operação Lava Jato, garantindo independência à Polícia Federal e ao Ministério Público.
Os tucanos esperam ainda do governo Temer um compromisso com a adoção de medidas como a realização imediata de uma reforma política; a renovação das práticas políticas e a profissionalização do Estado; a manutenção e qualificação dos programas sociais, com redução da desigualdade e promoção de oportunidades; a melhor aplicação dos recursos públicos em setores como a Saúde, Educação e Segurança Pública; e o comprometimento com a responsabilidade fiscal, prática abandonada pelo governo da presidente Dilma. Outro ponto garantiria maior autonomia para Estados e municípios, com a adoção de um novo Pacto Federativo.