Em discurso na tribuna do Senado Federal, ontem, o senador Pedro Taques (PDT) não poupou nem o próprio partido de críticas pela divisão partidária que tomou a política nacional. O senador mato-grossense, em aparte ao discurso do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), afirmou que hoje, no Brasil, há uma disputa polarizada apenas entre duas legendas: o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Para ele, vários partidos pequenos e médios têm se tornado satélites deste dois partido. “Nós só pensamos nesta disputa: PSDB, PT”, disse.
Após ser questionado pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS), onde entraria o PDT, Taques afirmou que seu partido seria um “satélite” do PT. “Um satélite. Infelizmente. Eu falo isso com vergonha, com vergonha porque o PDT hoje é um ‘puxadinho” do PT. Aqui não vai nenhum menosprezo ao PT, que é um partido histórico, que precisamos respeitar, um partido de 32 anos. Mas o PDT não pode ser esse ‘puxadinho” do PT”, criticou.
Para o mato-grossense, no Congresso Nacional é preciso debater estrategicamente o país e não fatos regionais. Ele citou como exemplo, a eleição para a prefeitura de São Paulo. “Estamos transferindo debates paroquiais, como é o caso da eleição do grande município de São Paulo, o maior município do Brasil, para questões nacionais”.
“Nós não acompanhamos, aqui no Senado da República, debates outros que não sejam sempre essa dicotomia entre dois grandes partidos brasileiros valorosos, PSDB e PT. Um dos debates foi a respeito da privatização, se houve ou não privatização, se foi concessão, se foi venda de ativos, mas não pensamos o futuro da República Federativa do Brasil. Só queria trazer este componente: nós precisamos repensar os partidos no Brasil. Quem sabe agora, depois das eleições de 2012, na República Federativa do Brasil, haja um consenso da necessidade de repensarmos esses partidos e pensarmos que o Brasil é maior do que o PSDB, é maior do que o PT”.
O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) rebateu Taques e defendeu seu partido. O senador do DF disse que o PSB tem papel próprio e informou que muitos prefeitos e governadores de seu partido são bem avaliados em pesquisa de opinião. Rollemberg deu o exemplo do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que teria mais de 80% de aprovação popular.
Taques reiterou o respeito que tem pelo PSB, mas ressaltou que o Brasil precisa ser mais importante que os partidos políticos.