O governador Pedro Taques (PSDB) encaminhará a segunda fase da reforma administrativa para aprovação na Assembleia Legislativa após o fim do recesso parlamentar que se encerra no dia 1º de agosto. O chefe do Executivo adianta que diversas mudanças vão ser feitas por meio de decretos. Taques disse que o projeto já está em sua mesa para ser analisado e encaminhado ao Parlamento, porém, ele prefere que a mensagem seja apreciada com calma. "Os deputados entram em recesso no dia 17 e por causa do tempo prefiro mandar depois para que os chefes de poderes e os parlamentares analisem a proposta".
Taques explica a abrangência dos decretos exemplificando que através deles tem poder para "tirar e atribuir novas funções ao Gabinete de Comunicação ou extinguir o Gabinete de Assuntos Estratégicos". Segundo ele, o Estado enxugou a folha e atualmente mantém o menor número de comissionados se comparado a outros governos. "São 6 mil comissionados e 4,5 mil são servidores concursados que foram nomeados em DGAs".
Quanto a extinções de pastas ou gabinetes, o governador preferiu não comentar sobre a proposta para não criar insegurança nas instituições.
Ao contrário da ideia do líder do governo na Assembleia Legislativa, Wilson Santos (PSDB) que sugeriu "mais cabeças brancas comandando secretarias", o governador disse discordar da proposta de seu líder. "Os canalhas também envelhecem. Não é a idade que faz o caráter de alguém, de um cidadão", disse, ao discordar do deputado.
Outra opinião que partiu do líder foi quanto a um secretariado mais político. Wilson chegou a afirmar que o governo iria nomear nos próximos dias dois deputados como secretários. O governador negou a informação. "O Wilson tem a opinião dele, mas alguém tem que decidir e sou eu. Não tenho nada contra políticos no governo".
Ainda sobre secretário com "bagagem na administração pública", Taques disse que de alguns políticos ele prefere manter distância. "Não quero experiência de um Paulo Maluf, por exemplo, quero distância dessas qualidades".
Ao se autoavaliar, o governador alega que foi eleito para decidir e não ficar preocupado com desgastes. "Se eu ficar com 7,5 está bom. Têm aqueles que veem o mal em tudo e aqueles que veem somente o bem. Não é possível agradar a todos. Já fizemos várias mudanças para diminuir o custo da máquina. Temos que diminuir o tamanho do Estado, economizar e fazer o Estado ser ágil".
Quanto à polêmica redução dos duodécimos, prevista na Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO), o governador prefere deixar que os demais poderes decidam sobre a diminuição nos repasses anual. Isso porque , todos os poderes, a exemplo do Ministério Público Estadual (MPE), Tribunal de Contas do Estado (TCE), Tribunal de Justiça de Mato Grosso, e Assembleia Legislativa, firmaram um 'Pacto por Mato Grosso', que propõe a redução dos repasses do duodécimo.
A proposta está sendo estudada por técnicos de das instituições, que já avisaram ser impossível uma redução que chegue a 15%.
Taques comenta que os poderes analisam também abrir mão da suplementação (excesso de arrecadação). "Eu prefiro que todos as instituições envolvidas debatam sobre a ideia".