O governador Pedro Taques e o secretário da Casal Civil, Paulo Taques, divulgaram nota, há pouco, rebatendo acusações do empresário Alan Malouf, que foi preso, na semana passada, acusado de envolvimento em fraudes na Secretaria de Educação e que acusou, em depoimento, que haveria suposto caixa 2 na campanha ao governo do Estado em 2014. Hoje, o Ministério Público, por meio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO), denunciou o empresário Alan Malouf por corrupção passiva – 19 vezes – além de Edézio Ferreira da Silva, que vão responder pelos crimes de organização criminosa. A denúncia é da terceira fase da operação Rêmora, denominada “Grão Vizir”, que culminou na prisão do empresário.
O governador e o secretário "negam enfaticamente as afirmações levianas e absurdas do investigado Alan Malouf sobre a fantasiosa existência de valores não contabilizados (o chamado “caixa dois”) na campanha de 2014 e reiteram que todas as movimentações financeiras do referido pleito eleitoral encontram-se devidamente registradas na Prestação de Contas do PDT, partido pelo qual Pedro Taques disputou àquelas eleições – inclusive as despesas ainda não pagas – sendo que a prestação de contas da campanha foi aprovada sem ressalvas pela Justiça Eleitoral".
"O governador e o secretário afirmam, ainda, que Alan Malouf jamais exerceu qualquer cargo ou delegação na arrecadação de fundos eleitorais, e que todas as doações, de pessoas físicas ou jurídicas (na época, permitidas) foram devidamente registradas. Portanto, caso haja qualquer valor que eventualmente tenha sido movimento pelo investigado e que não esteja contabilizado, não foi utilizado na campanha, cabendo apenas e tão somente ao investigado esclarecer origem e destino dos valores por ele mencionados".
Pedro e Paulo apontam classificam "as declarações do investigando como uma tentativa sórdida e mentirosa de envolvê-los em ações criminosas das quais jamais tiveram conhecimento, tampouco delas deram ordem ou participaram. Lamentam, ainda, que o investigado tente envolvê-los nos atos ilegais, contrariando todos os demais depoimentos já prestados nessa investigação – com o claro propósito de desviar o foco das acusações que pesam contra si -, e informam que constituirão advogados para atuar no processo judicial e garantir que a verdade prevaleça".
A nota conclui apontando: a verdade é uma só: "Pedro Taques tem uma vida de luta contra a corrupção e os corruptos, já tento enfrentado e desmantelado inúmeras quadrilhas que agiam no Estado e no país, e jamais compactuaria com qualquer ato ilegal, especialmente relacionado a desvios de recursos públicos. Por fim, o Governo do Estado esclarece que, embora o investigado tenha mantido relacionamento social com Pedro Taques, suas empresas jamais venceram qualquer licitação ou contrato na administração estadual a partir de 01 de janeiro de 2015, uma vez que o governador, por estrita obediência às leis, nunca interferiu e jamais interferirá em qualquer processo de aquisição ou licitação no âmbito do Governo do Estado ou em qualquer outro governo".
Alan disse em depoimento que fez parte da coordenação financeira da campanha e que, depois das eleições, teria feito pagamentos de despesas não contabilizadas, não mencionando os valores. Ele confessou que recebeu aproximadamente R$ 260 mil do esquema de fraudes em obras da secretaria de Educação, diretamente do empreiteiro e delator Giovani Guizardi. “Recebi o valor em três ou quatro vezes, por meio de envelopes contendo dinheiro que foram entregues em minha residência ou nas dependências da minha empresa”, afirmou. "Ele me disse que havia descoberto um jeito de arrecadar o dinheiro referente aos pagamentos das dívidas da campanha. De pronto, eu recusei a participação no esquema. Mas em uma segunda reunião com Giovani, decidiu aderir ao esquema deixando que ele gerenciasse tudo”.
(Atualizada 00:31 em 20/12)