O governador Pedro Taques está na França, onde participa da conferência mundial do clima para reduzir o aquecimento global e detalha o plano de seu governo para que Mato Grosso tenha desmatamento zero até 2020. Neste sábado, Taques se encontrou com o ex-governador da Califórnia (EUA), o consagrado ator Arnold Schwarzenegger, e o convidou a conhecer Mato Grosso. "Ele é um dos fundadores do grupo R20, que reúne 580 estados subnacionais de diversos locais do mundo, que se engajaram para combater as mudanças climáticas promovendo economias verdes. Mato Grosso também faz parte deste grupo e eu sou o vice-presidente para a América Latina", disse o governador. Schwarzenegger ganhou do governador uma revista sobre o Pantanal, com imagens do fotógrafo mato-grossense José Medeiros.
Taques confirmou que, nesta segunda-feira, em Paris, o "R20 reunirá o Conselho para avaliar as ações deste ano e propor iniciativas para o próximo ano.
O governador concedeu entrevista ao jornal The New York Times, um dos principais do mundo, sobre as metas do Estado que estão sendo apresentadas na Conferência do Clima, a COP21. Ele destacou que "Mato Grosso precisa ser protagonista quando o assunto é sustentabilidade e meio ambiente. E será".
Neste domingo, na embaixada dos Estados Unidos, em Paris, o Under 2 MOU (Memorando de Entendimento) se comprometendo com ações para conter o aquecimento global. O grupo de signatários deste memorando congrega 57 estados subnacionais de 20 países, dos quais 15 estão reunidos na Conferência do Clima (COP21) na França. No Brasil, integram a lista Acre e agora Mato Grosso. Cada signatário se compromete a limitar a emissão de gases do efeito estufa com menos de 2 toneladas per capita até 2050, com a expectativa de que com esta redução seja possível limitar o aquecimento global para menos de 2 graus celsius até o final deste século. Entre as principais propostas do documento estão: focar na atenção internacional para as ações e metas ambiciosas de redução dos líderes climáticos; demonstrar o impacto coletivo dessas ações e compromissos entre os estados, regiões, cidades e países; e mostrar a diversidade de abordagens para reduzir as emissões.
Taques falou em nome de todos os governadores sobre a estratégia de Mato Grosso para contribuir com a redução do aquecimento global. Com uma área de 900 mil km², o Estado mantém 60% do seu território preservado. "Nós de Mato Grosso, e do Brasil, já estamos contribuindo muito, mas queremos e podemos contribuir mais. Isso, é claro, com a ajuda externa, pois ainda temos problemas graves para serem solucionados. Assino este memorando de entendimento hoje não como um chefe de estado, mas como representante do meu povo, que também entende a importância da preservação ambiental. Aqui não somos brasileiros, americanos ou franceses. Somos pessoas preocupadas com o futuro da humanidade".
Na vanguarda ambientalista, a maioria dos signatários ntegra a Força Tarefa dos Governadores para o Clima e as Florestas (GCF). Aliás, esse acordo se originou de uma parceria entre a Califórnia e Baden-Württemberg, um dos estados da Alemanha que tem papel bastante representativo na COP 21, que é uma conferência que busca um novo acordo climático mundial.
A secretária de Meio Ambiente de Mato Grosso, Ana Luiza Peterlini, que participou do evento, afirmou que as reuniões com as lideranças mundiais têm sido importantes durante esta última semana. “Já participei de dois painéis de discussão para mostrar como o nosso Estado está contribuindo com a redução das emissões de CO2 no planeta, sempre deixando claro que podemos fazer muito mais se obtivermos mais apoio”, disse, através da assessoria.
O planejamento do governo para a redução de emissões de CO2 em Mato Grosso pode chegar a seis giga toneladas, em 2030. Tudo isso aliado com o aumento da produção, conservação florestal, inclusão socioeconômica da agricultura familiar e populações tradicionais na luta pela sustentabilidade. O Estado terá desmatamento zero já em 2020, dez anos antes da meta apresentada pelo Brasil. Na visão de futuro que é detalhada na COP 21, Mato Grosso trabalha com o tripé: produzir, conservar e incluir. Para o sucesso da estratégia, o Estado estima investimento total de R$ 39 bilhões, em 15 anos. Os recursos virão do Governo do Estado, Governo Federal, fundos de investimentos estrangeiros e da iniciativa privada.
O Estado saiu de uma taxa de desmatamento na floresta de 11.814 km² no ano de 2004 para 1.075 km² no ano de 2014, segundo os dados produzidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Inpe, por meio do Prodes. O governo estadual constatou que a redução de desmatamento alcançada por Mato Grosso é a maior da Amazônia Legal e alcançou o total de 91%, o que é um avanço levado até a COP-21
(Atualizada às 16:06hs)