O governador eleito Pedro Taques (PDT) admite a revisão do modelo de reforma administrativa, anunciado na semana passada, pelo coordenador da equipe de transição, Otaviano Pivetta, reduzindo o staff de 19 para 12 secretarias de Estado. A mudança também passa pela posição sobre o perfil dos escolhidos para assumir as pastas de primeiro escalão, com possibilidade de parte do secretariado vir da base política, isto é, aliados nas eleições 2014.
Acentuou ainda que nenhuma mudança será feita sem antes manter diálogo com as classes interessadas, validando o compromisso firmado durante a campanha. “Quem decide sou eu, mas não vou promover mudanças, principalmente polêmicas, sem antes conversar com as classes, porque esse foi meu compromisso na campanha”.
A posição dele também vale para outras previsões da equipe de transição, como em relação as demissões em massa dos cerca de 6,4 mil comissionados lotados na estrutura governamental. Taques, que estava na semana passada em viagem de descanso, tomou conhecimento na segunda-feira, através de Pivetta, do mapa de reestruturação da máquina pública. Ele havia acompanhado parte dos encaminhamentos, mas não os referentes à finalização do eixo principal de alterações. É nesse contexto que promete revisão, como em relação ao rol de servidores que ocupam cargos de confiança.
“Tenho que tomar conhecimento sobre as informações de forma completa, com detalhamento. Só depois vou tomar a decisão sobre as mudanças. Sobre os comissionados também tenho que analisar, porque tem situações como os médicos, por exemplo, que são comissionados”, mencionou se referindo a área da saúde que é um de seus maiores desafios assim que assumir o comando de Mato Grosso, no dia 1º de janeiro de 2015.
Taques espera ter em mãos os relatórios finais dos estudos sob a equipe de transição, composta de 12 GTs (Grupos de Trabalho) até o dia 5 de novembro, com planos de assegurar a formatação final da reforma administrativa em dezembro, bem como os nomes dos secretários que estarão ao seu lado, a partir do próximo ano. Ele pondera a chance de contar com “políticos” aliados que estaria observando, sem interferências diretas, como indicações. “Não me indicaram. Eu é que estou avaliando nomes, porque tem políticos com perfil de gestor capacitado”, explicou ao frisar a necessidade de ser seguida a premissa da competência para ocupar um cargo de gestão pública.
Pedro Taques se reuniria na noite de ontem, com representantes da equipe de transição, para aprofundar a avaliação sobre as reformas de Estado. Vice-governador eleito, Carlos Fávaro (PP), acompanha as ações.