O governador Pedro Taques (PSDB) afirmou respeitar a manifestação dos Ministérios Públicos Federal e Estadual, que se posicionaram de forma contrária à minuta de acordo elaborada pelo Estado em conjunto com o consórcio responsável pelas obras de implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Ele admitiu a possibilidade de, por conta das observações dos procuradores e promotores responsáveis pelo parecer, fazer alterações na proposta que pode encerrar a disputa judicial e representar a retomada da implantação do metrô de superfície.
“Quero expressar meu total respeito ao Ministério Público Estadual e Federal. Nosso relatório foi encaminhado a eles justamente para que pudessem fazer essas críticas. Veja a diferença entre a administração passada e a nossa. Quando iniciamos os estudos sobre o VLT, o MP estava presente, fiz várias reuniões com o promotor de Justiça. Tudo isso foi acompanhado pelo MPE”.
Taques lembrou que ao anunciarem os termos da manifestação, tanto a procuradora Bianca Britto de Araújo, quanto o promotor de Justiça André Luís de Almeida não se manifestaram contra o VLT. “O relatório do Ministério Público não é contrário ao acordo. Eles sugerem algumas alterações na minuta e isso será feito”. Ele ainda afirmou que “política não se faz com patifaria, política se faz com coisa séria”.
O secretário de Estado de Cidades, Wilson Santos (PSDB), foi mais incisivo em suas declarações. Em entrevista à Rádio Capital FM, ele acusou a procuradora de sonegar informações. “Para aqueles que achavam que R$ 922 milhões era um absurdo, temos finalmente em mãos um documento do Ministério Público Estadual, assinado pelo engenheiro civil Jonathan [Almeida Neri], ele que chefia o corpo técnico, que diz que realmente o valor é o que nós tínhamos acordado”.
Santos citou ainda a declaração de Bianca, que questionada por jornalistas, disse que nem o MPF e nem o MP chegaram a algum valor. “A procuradora, inclusive, foi perguntada por um profissional: ‘qual o valor que vocês chegaram?’ Ela disse: ‘não chegamos a valor nenhum. Ela sonegou uma informação que ela tinha, ela sabia. A doutora Bianca Britto sabe sim que o corpo técnico do MPE, comandado pelo engenheiro civil Jonathan Almeida Neri chegou sim ao número que nós acordamos”.
A exemplo do governador, Santos disse ainda que o trabalho técnico com base na manifestação dos órgãos ministeriais será feito. “A posição do nosso governo Pedro Taques é continuar o trabalho. Nós vamos procurar o Ministério Público”.