O Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por meio da Promotoria de Justiça de Cáceres, encaminhou nesta quarta-feira, um novo ofício ao reitor da Fundação Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Taisir Mahmudo Karim, reiterando a requisição das imagens captadas no núcleo da Covest durante o processo de elaboração, correção e manuseio dos cadernos de prova do concurso público realizado pela instituição para preenchimento de vagas na administração estadual.
De acordo com os promotores de Justiça que investigam as denúncias de vazamento de informações do referido concurso, Januária Dorilêo Bulhões e Samuel Frungilo, o reitor tem se negado a encaminhar as imagens. Segundo eles, já foram feitas duas requisições, uma em novembro e a outra em meados de dezembro. A Promotoria de Justiça de Cáceres depende das imagens para concluir o procedimento investigatório e oferecer a denúncia contra os servidores acusados de envolvimento nas fraudes.
“As justificativas apresentadas pela Unemat para não apresentar as imagens são totalmente descabidas, já que o Ministério Público tem o poder/dever de requisitar qualquer documento necessário para a elucidação de crime sob investigação. A ostensiva e explícita negativa em se atender a requisição ministerial configura a prática de crime de desobediência, obstruindo e atrasando a conclusão das investigações”, afirmaram os promotores de Justiça, em um trecho do documento enviado ao reitor.
Segundo os promotores, caso as imagens não sejam enviadas ao Ministério Público no prazo de 48 horas, a Promotoria de Justiça adotará as medidas legais e criminais cabíveis para garantir o acesso ao material. “Uma terceira negativa por parte do reitor configurará nova e reiterada prática do crime de desobediência. Cópias dos autos já estão com a Promotoria de Justiça que atua junto aos Juizados Especiais para a adoção das providências que o caso requer”, informaram os representantes do Ministério Público.
O vazamento de informação no concurso público realizado pela Unemat e cancelado no dia 22 de novembro foi comprovado por meio de perícia técnica realizada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco/MP), em parceria com a Perícia Oficial e Identificação Técnica do Estado de Mato Grosso (Politec).